Carminda era uma santa, todos os dias trilhava seu caminho de fé em uma estrada de terra que ligava nada a lugar nenhum. O motivo? Peregrinação. Pagamento de seus pecados. Acerto de contas com o divino e catarse por uma vida de glória. Ao fazer todos os dias a mesma coisa, sentia-se lavada do que não devia permanecer em si e útil para com essa humanidade tão herege e perdida.
Um dia, Carminda pegou essa estrada e, ao chegar ao fim de mais duas horas cansativas de caminhada, se deparou com mais ou menos vinte homens queimados de sol que transformavam aquele meio da pior maneira. Carminda se aproximou deles.
- O que estão fazendo?
- É o progresso, dona.
Carminda ficou imóvel.
- Quem é que ta mandando fazer isso?
- É o prefeito, dona.
Carminda permaneceu imóvel.
- Quem são vocês?
Os homens ficaram imóveis, talvez refletindo a pergunta no olhar.
Carminda deu as costas e refez o caminho, sendo atropelada por um carro grande que passaria dali a três semanas. Santos não existiam. A estrada existia, com a terra sob o asfalto e com corpos sobre a terra. Pessoas não existiam...
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Hora da Brisa: Música Eletrônica
A música eletrônica é o som da atualidade, um estilo de música puramente contemporâneo, música nova, que se renova.
Ela acessa mais os jovens (quase que somente) por eles serem dessa época, terem nascido junto com a música e por estarem vivendo o tempo que a sonoridade remete: atual, doente, contagiante, com "pressa", alucinógena.
Adultos, seres de outra geração, até gostam, mas não enlouquecem com a batida, o som, a brisa...
Gostando ou não, tendo no mp3 ou não, você, que anda na casa dos vinte, com certeza acaba se contagiando com esse tipo de música que é cor, figurino, cenário, luz e loucura, tudo ao mesmo tempo.
[Tinha que ser a Dona Madonna]
Ela acessa mais os jovens (quase que somente) por eles serem dessa época, terem nascido junto com a música e por estarem vivendo o tempo que a sonoridade remete: atual, doente, contagiante, com "pressa", alucinógena.
Adultos, seres de outra geração, até gostam, mas não enlouquecem com a batida, o som, a brisa...
Gostando ou não, tendo no mp3 ou não, você, que anda na casa dos vinte, com certeza acaba se contagiando com esse tipo de música que é cor, figurino, cenário, luz e loucura, tudo ao mesmo tempo.
[Tinha que ser a Dona Madonna]
domingo, 22 de abril de 2012
Julgamento
A estrutura da casa estava vindo a baixo. Marília corria e se escondia em todos os cantos, mas não podia ser invisível a seus olhos, mesmo que os fechasse. Pedra sob pedra a ameaçava, mas de maneira nenhuma a atingia, e de maneira nenhuma ela rechaçava. Seus machucados eram originados em seus tropeços, desatenções, quedas, tudo o que já estava no chão.
A geladeira estava inteira, parecia intocada, Marília a viu de outro cômodo. Incomodada, receosa e abstinente, focou a direção, desfocada em visão, trôpega, limitada a pensar o que a esperava quando abrisse a porta gelada.
A chuva de concreto se acentuava, Marília, em seu descaminho, tirou de seu caminho, utilizando-se de seu sangue e carne, seus livros, cadernos, o fogão, todas as garrafas, as caixinhas lacradas, as embalagens divertidas, o arpão... Já com a mão na lateral da porta, um pedregulho a atingiu em cheio, no rosto, arremessando-a contra a pia, estraçalhando o que ainda resistia. Marília já não assistia, ia sendo engolida por sua batida, acelerada, descompassada, como se fugisse de si, mas sua mente já estava inteira inconsciente, sua casa já estava inteira derrubada.
A geladeira estava inteira, parecia intocada, Marília a viu de outro cômodo. Incomodada, receosa e abstinente, focou a direção, desfocada em visão, trôpega, limitada a pensar o que a esperava quando abrisse a porta gelada.
A chuva de concreto se acentuava, Marília, em seu descaminho, tirou de seu caminho, utilizando-se de seu sangue e carne, seus livros, cadernos, o fogão, todas as garrafas, as caixinhas lacradas, as embalagens divertidas, o arpão... Já com a mão na lateral da porta, um pedregulho a atingiu em cheio, no rosto, arremessando-a contra a pia, estraçalhando o que ainda resistia. Marília já não assistia, ia sendo engolida por sua batida, acelerada, descompassada, como se fugisse de si, mas sua mente já estava inteira inconsciente, sua casa já estava inteira derrubada.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Anti natural
Come cereal porque é matinal
Veste branco em reveillón porque é casual
Feijoada quarta-feira, porque é tradicional
Paga faculdade para ser profissional
Come chocolate para ter felicidade
Bebe cerveja porque é sexta-feira
Fuma uma maconha pra ficar doidona
Faz sexo com homem porque é sensacional
Alisa o cabelo pra ficar fenomenal
Lê um livro por ano pra ser intelectual
Faz a unha e pinta o rosto porque é o usual
Na verdade essa menina
é uma anti natural
Na verdade essa menina
nem pensa sobre o real
Na verdade essa menina
junta os seus poucos reais
bebe breja aos finais
Se acabando enquanto folga
E se não folga se afoga
Almejando sempre mais
Na verdade essa menina
Nem sabe, descansa em paz.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Importância à Impotência
Se eu soubesse divagar
Não seria devagar
Corro a uma velocidade
que ninguém pode almejar
Decisão ou contra mão;
Gostar ou não gostar;
Resolver o lado então;
Ser
Não ser
Eis a questão
E discute em discutir,
Conviver, repercutir,
Não é tranquilo existir
Por aqui ou por ali?
Em tempos de querer morrer,
Acordar pra viver
Aceitar o viver
É um exercício a exercer.
Em tempo de guerra fria
meu silêncio é ilusão
de um corpo embalsamado
que marina em solidão
Tem um peso morto em mim
Tiro ou deixo resistir?
Não consigo me expelir
Eu não posso mais seguir
Estou preso em meu pulmão
Tensionado o coração
Como posso ser feliz
Se a existência é assim?
Eu iria pra você
Mundo, eu seria seu
Se a cegueira persistir.
A comida me comeu.
Sem lutar comigo mesmo
Vagaria, auto-desprezo
Ou seria maravilha
Ou me desvaneceria...
Não seria devagar
Corro a uma velocidade
que ninguém pode almejar
Decisão ou contra mão;
Gostar ou não gostar;
Resolver o lado então;
Ser
Não ser
Eis a questão
E discute em discutir,
Conviver, repercutir,
Não é tranquilo existir
Por aqui ou por ali?
Em tempos de querer morrer,
Acordar pra viver
Aceitar o viver
É um exercício a exercer.
Em tempo de guerra fria
meu silêncio é ilusão
de um corpo embalsamado
que marina em solidão
Tem um peso morto em mim
Tiro ou deixo resistir?
Não consigo me expelir
Eu não posso mais seguir
Estou preso em meu pulmão
Tensionado o coração
Como posso ser feliz
Se a existência é assim?
Eu iria pra você
Mundo, eu seria seu
Se a cegueira persistir.
A comida me comeu.
Sem lutar comigo mesmo
Vagaria, auto-desprezo
Ou seria maravilha
Ou me desvaneceria...
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Hora da Brisa: Se desespero
terça-feira, 10 de abril de 2012
Ausência
Marília se cobriu com o lençol branco, se sentou em sua cama branca de fronha clara e olhou pras paredes alvejadas do seu quarto. A porta branca, cerrada, lhe causava uma sensação que não conseguia desbloquear. Coberta de branco, se levantou, foi até a bolsa transparente esquisita e tirou um chocolate branco de embalagem colorida.
Abriu.
Comeu.
Nada podia bater aquela sensação agonizante de prazer que entrava pela boca e lambia a garganta docemente, incrívelmente.A saliva escorreu e Marília então mordeu novamente, eloqüente.
Acabou.
A luz branca piscou e Marília se assustou.
Olhou de novo pras paredes brancas e se abaixou, tirou mais um chocolate branco de embalagem colorida e o engoliu.
Atraída pela porta, tirou-a de sua visão e seguiu o corredor. Passou pela tinta branca que penetrava na parede quase que emocionalmente, e desceu os degraus brancos rumo à geladeira.
Abriu.
A luz branca a invadiu, a vontade também.
Dentro daquele ambiente aguado, havia uma infinidade de chocolates brancos cobertos com uma embalagem colorida.
Deprimida, Marília puxou uma cadeira branca, sentou-se e, iluminada pela luz branca da geladeira, apreciou os chocolates brancos de embalagem colorida, ignorando a cândida lua que a observava do lado de fora da janela bege.
As únicas coisas que ficavam fora de Marília eram as embalagens coloridas, que iam sendo jogadas no chão, à medida que os chocolates iam pra dentro, a fim de curar o que ela não podia ver.
Fazia frio fora e dentro do lençol.
Abriu.
Comeu.
Nada podia bater aquela sensação agonizante de prazer que entrava pela boca e lambia a garganta docemente, incrívelmente.A saliva escorreu e Marília então mordeu novamente, eloqüente.
Acabou.
A luz branca piscou e Marília se assustou.
Olhou de novo pras paredes brancas e se abaixou, tirou mais um chocolate branco de embalagem colorida e o engoliu.
Atraída pela porta, tirou-a de sua visão e seguiu o corredor. Passou pela tinta branca que penetrava na parede quase que emocionalmente, e desceu os degraus brancos rumo à geladeira.
Abriu.
A luz branca a invadiu, a vontade também.
Dentro daquele ambiente aguado, havia uma infinidade de chocolates brancos cobertos com uma embalagem colorida.
Deprimida, Marília puxou uma cadeira branca, sentou-se e, iluminada pela luz branca da geladeira, apreciou os chocolates brancos de embalagem colorida, ignorando a cândida lua que a observava do lado de fora da janela bege.
As únicas coisas que ficavam fora de Marília eram as embalagens coloridas, que iam sendo jogadas no chão, à medida que os chocolates iam pra dentro, a fim de curar o que ela não podia ver.
Fazia frio fora e dentro do lençol.
Hora da Brisa: Velho X Jovem
O problema dos mais velhos (pais, avós, tios, alguns tipos de professores e etc...) é que eles são tão apegados em sua idade que se acham "poderosos" num aspecto: eles não escutam os jovens e são incapazes de compreender seu ponto de vista, tratá-los como pessoas que tem suas razões e complexidades como ser humano.
Para eles, o jovem não merece ser levado a sério, só que tudo isso fica no plano inconsciente. Como uma hierarquia. A única coisa que eles observam é o modo como a palavra lhe vem proferida, podendo até se magoar com isso, se apegando à forma, e o interesse não gruda no conteúdo que se segue à fala. Logo, a interpretação do que foi dito fica completamente distorcida, levando o ignorante a conclusões errôneas da realidade.
Escale se for capaz.
Para eles, o jovem não merece ser levado a sério, só que tudo isso fica no plano inconsciente. Como uma hierarquia. A única coisa que eles observam é o modo como a palavra lhe vem proferida, podendo até se magoar com isso, se apegando à forma, e o interesse não gruda no conteúdo que se segue à fala. Logo, a interpretação do que foi dito fica completamente distorcida, levando o ignorante a conclusões errôneas da realidade.
Escale se for capaz.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Tudo Pedro
Estava Pedro sentado com as costas no encosto, os óculos escorregavam pelo rosto suado, a cabeça pendurada estava a olhar o chão, seu cigarro pousava no incensário, há muito salpicado de cinzas da nicotina. O dia estava
claro, mas somente gotas de luz entravam pelas frestas enegrecidas da madeira velha.
Pedro tragou. Pousou. Esperou.
Parecia que uma atmosfera elefante se instalara ali, e só
isso restara. Tudo estava abandonado, os móveis, o teto, o outro quarto, os
brinquedos, tudo estava empoeirado, Pedro estava empoeirado. O papagaio já não
estava empoleirado, voara também, precisava de “novos ares” também, também
viveria feliz e talvez também desejasse o melhor pra Pedro. Seu coração já nem se
sentia pedra, mas a cabeça se sentia apedrejada. Pedro suspirou, olharia pro
relógio se ele existisse, e quase se aborrecia com a demora.
O telefone tocou. De repente tudo levantou vôo, o cigarro, a
escuridão, o suor, os óculos. Pedro estirou a mão para atender, um raio de
esperança germinava de sua fotossíntese e então estacou. Pedro petrificou, a mão
já não tencionava, o peito já não repousava. Será que tudo estava voltando? O
telefone prosseguia tocando enquanto o veneno fazia efeito, e então, Pedro caiu
da cadeira, derrubando a mesa, o cigarro, o incensário. Tudo sujou sua roupa
suada e a cinza do cigarro fez uma sopa indigesta com o suor do homem. A dor
lancinante apagou as luzes do aposento e o telefone então parou de tocar... e
Pedro parou de respirar.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Loja de cd
- Tem um risco nesse disco
que inibe a perfeição
tem a terra projetada
e a lona sob pressão.
Ele roda e reproduz
reproduz-se e não produz
(Será que estão ouvindo?
Será que estão escutando?)
Pode ser que os ouvidos
virem olhos contemplando
que não se deixa afetar
somente se deixa chorar
"Tem uma sujeira nessa face
que reflete o mal lugar
deslocado do inteiro
que só faz ele riscar"
Se estragar tem que pagar
Se for meu tem que comprar
Não consigo-imos não
olhar pra toda a perfeição
que embalada e lacrada
nos instiga à aquisição
e o que importa fica assim
enlatado em souvenir
resumido no consumir.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Homem-Peixe Homem-Lua
Se a lua não fosse tão distante
Talvez me ouvisse ressoante
a exaltar-te belo canto
Se meu pranto não fosse uno
Me sentiria cardume
e a lua cairia no mundo
Óh, lua aprisionada
pareces tão perdida
no meio da chuvarada
E quando passar a tormenta
há de dissipar-se a cinzenta
massa fria a qual me lamento
Mas se fosses de maresia
encararia a tempestade
em corpo de peixe, fazendo sua parte
Se fosse conjunto não morreria
Serias eternizada
Lua bela e solitária
E sedentária
Eu condeno tua vida
condeno a melancolia
e a calmaria em que te assentaste
Tudo pode lhe acontecer
e tudo acontecerá
homens, máquinas, pedras, luzes
e sofrendo sempre estarás
Óh, corpo paralisante
que de excitante não tem nada
só há contemplação
Talvez o carma dela
seja um nosso, a vaidade
de se olhar no mar
projetando uma vontade
E o carma do pobre peixe?
Talvez seja a comunidade,
pois se andas deslocado
és caçado e aprisionado...
e solitário
Se a lua fosse peixe
talvez acabasse bife,
mas viveria livre
num mundo de esquisitice
Lá em cima flutua condenada
Sem maior afetação
só a de ser contemplada
contrapondo sua intenção
E voltamos à vaidade
à vontade tantalizante
Seremos belos como a lua
se formos peixes praticantes.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Doente de existir
Nada falta pra humanidade
que não um soco de vontade.
Nada falta pro ser humano
do que um sopro esperança.
Estamos presos num balão
De coca fresca e mente insana
A realidade ainda não foi visitada.
A realidade ainda não está mostrada.
A produção é ilusão de um macaco em evolução
que vai chegar a ser humano
quando assumir o eu macaco
Que vive aos cacos, em extinção
Cultua o caos e a progressão
Só o amor é o que nos resta
Só ele nos faz o que presta
Ele nos inspira a ser alhures
E do alhures nos faz poetas
Acreditamos cegamente numa parte do divino
Numa lei e num país
Que faz dos humanos bovinos
Mas o que é que nos move
A sair da bola nove?
Queremos o destaque
Queremos o melhor
Mas por vezes fuma maconha
E quando dá na telha cheira pó
Vai ver é frustração
por parte da negação
Ausente de ação
Por forças que nos arrebata,
nos lança na contra mão
To entrando em depressão
Dá remédio e distração!
Não existem doentes
A realidade é uma doença
Ainda que longe de enxergar
Mas nos mata por afetar
E por nos deixarmos afogar
Se a vida é dividida em dois
Porque sou terceirizado?
É porque em quartos de tempo
Nossa estima vai pros quintos
E ansiamos a sexta-feira
Pra no findi se afogar,
da coleira se libertar,
Mas na segunda nos assistimos
Iludidos em classe primeira
Minha mãe é faxineira!
O meu pai catou papel!
Meu avô morreu de cirrose!
Minha prima é de bordel!
O meu tio morreu de AIDS
Suas sobrinhas perderam os pais
O câncer só deixou a avó
Que setuagenária tira o pó
E os irmãos da última geração
Não se falam, não falarão
Pra que quer estar no topo,
Moço de alto calão,
Preparado pra lutar,
vencer na vida e celebrar?
Essa porra não existe
O que existe é ilusão
Moço de terno que aparece
Pra dizer quem é o patrão
Pra ditar o sim e o não
Pra ativar o seu ego, então
Quer o melhor pra ser soberbo
E viver em retaliação
Vão pra puta que pariu
Ser humano toma doril...
por parte da negação
Ausente de ação
Por forças que nos arrebata,
nos lança na contra mão
To entrando em depressão
Dá remédio e distração!
Não existem doentes
A realidade é uma doença
Ainda que longe de enxergar
Mas nos mata por afetar
E por nos deixarmos afogar
Se a vida é dividida em dois
Porque sou terceirizado?
É porque em quartos de tempo
Nossa estima vai pros quintos
E ansiamos a sexta-feira
Pra no findi se afogar,
da coleira se libertar,
Mas na segunda nos assistimos
Iludidos em classe primeira
Minha mãe é faxineira!
O meu pai catou papel!
Meu avô morreu de cirrose!
Minha prima é de bordel!
O meu tio morreu de AIDS
Suas sobrinhas perderam os pais
O câncer só deixou a avó
Que setuagenária tira o pó
E os irmãos da última geração
Não se falam, não falarão
Pra que quer estar no topo,
Moço de alto calão,
Preparado pra lutar,
vencer na vida e celebrar?
Essa porra não existe
O que existe é ilusão
Moço de terno que aparece
Pra dizer quem é o patrão
Pra ditar o sim e o não
Pra ativar o seu ego, então
Quer o melhor pra ser soberbo
E viver em retaliação
Vão pra puta que pariu
Ser humano toma doril...
Animal Racional
Como é pro ser humano
viver debaixo do pano,
aguentar ferroada de cano
e não ver que voam tucanos?
Ou como é pra uma pessoa
estar sentada à toa
assistindo o tempo que voa
se afogando em uma lagoa?
Como fica pra esse animal
sabendo que tem ancestral,
mergulhar-se no banal
fazendo questão de ser boçal?
Se imagina outros planos,
Se afoga na lagoa,
Se continua boçal,
por que ser chamado racional?
viver debaixo do pano,
aguentar ferroada de cano
e não ver que voam tucanos?
Ou como é pra uma pessoa
estar sentada à toa
assistindo o tempo que voa
se afogando em uma lagoa?
Como fica pra esse animal
sabendo que tem ancestral,
mergulhar-se no banal
fazendo questão de ser boçal?
Se imagina outros planos,
Se afoga na lagoa,
Se continua boçal,
por que ser chamado racional?
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