sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Devaneio
Ela lia um livro, aparentemente escutava música em seu fone de fios ondulados como a parte de baixo de seus cabelos. A pele branca casava com sua blusa lilás e com a bermuda bege. Do banco em que eu estava não podia ver seus sapatos.
Ele, vestia uma bata roxa e uma bermuda colorida, seus olhos corriam do celular, para a paisagem apressada, para ela. O primeiro olhar foi tão penetrante que ela olhou também, mas ele disfarçou.
Seus olhos claros olharam o trem com antipatia e então ele chegou perto, vislumbrando seus sapatos de cor bege e deseinhos pretos. Ela ficou olhando, ele, estonteado com tamanha simplicidade de beleza.
- Eu não costumo fazer isso, mas com você eu me sentaria na grama e te beijaria sem me preocupar com o tempo.
ESTAÇÃO SANTO AMARO.
Ela desceu.
Ele abriu o caderno e descreveu seus pensamentos.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
A pessoa que divido minha alma
Sou grato por ser uma pessoa que vive nessa terra, nesta época, neste lugar, conhecer as pessoas que conheço e o como elas me amam e me odeiam. No fim, estar vivo é uma aventura constante para quem tem o mínimo de sensibilidade e enxerga o mundo como um lugar curioso e fascinante. Estive em muitos lugares, ouvi muitas pessoas, muitas histórias, compartilhei sensações e momentos, o que me proporcionou uma visão de mundo exageradamente pessoal, intransferível, mas comunicável.
A vida é muito louca, num dia queremos morrer, no outro agradecemos por viver...
Não sou de tradicionalismos, mas acredito que toda virada de ano é um recomeço, eu sinto isso, e à partir de hoje espero ser, sem medo, a pessoa que sou, para realizar minhas aspirações ferozmente, rumo a um caminho de coisas boas e aprendizado espiritual. E tudo isso eu quero com uma pessoa:
Hoje eu amo e sou amado. Ouço e sou ouvido. Quero e sou querido. Sou uma pessoa sortuda de conhecer quem conheci e viver o que estou vivendo. Faz pouco mais de um ano agora, e eu regojizei todo esse tempo, lutando comigo o tempo todo para me deixar amar e amado ser.
A pessoa que divido minha alma foi e é o meu guincho, meu impulso, minha inspiração, a diferença que me faltava, a energia que me completa. A pessoa que divido a minha alma está onde estou, em todos os meus pensamentos, o tempo todo, sem tirar férias ou dar um tempo. A pessoa que divido minha alma é a pessoa que eu amo, e a responsável pela minha felicidade.
[Madonna - Drowned World/Substitute For Love]
sábado, 24 de dezembro de 2011
Reflita!
Nem toda criança é sincera
Nem todo religioso fala a verdade
Nem toda mãe é bondosa
Nem toda puta é gostosa
Nem todo professor é inteligente
Nem toda educação tem utilidade
Nem todo amor não tem idade
Nem todo estranho é inaceitável
Nem todo cavalo dado tem dente
Nem todo pensamento suicida é ruim
domingo, 18 de dezembro de 2011
Meu suicídio
Mas e os outros? Que outros? Quem me cerca definitivamente não me conhece, pouquíssimas são as pessoas que me conhecem de verdade, pra elas seria uma interrogação apenas: como pode uma pessoa aparentemente alegre ter se matado de repente?". Não seria tão de repente assim, tanta coisa passa na cabeça de uma pessoa durante um dia. Pensei em tomar antidepressivos, ouvi gente falando que antidepressivo é "o sorriso de uma criança". Aham...
Não sei quais são os sintomas da depressão, não sei se estou com depressão, não sei de nada. Tive números de terapeutas e psicólogos mas não tive vontade de ligar pra nenhum. Nenhum; eu me conheço muito e não gosto disso, mas também não gostaria de não pensar tanto.
Me desgostei da vida e das pessoas, supondo que há facilidade para quem se apega em alguma religião ou deus. Não me falta amor, me falta auto estima e energia, queria ser mais fútil, mais louco de bom sentido e menos maluco de sanatório.
Eu estragaria a vida de duas pessoas se resolvesse a minha dessa forma, logo isso não estaria certo. Acabei preso em vida, tentando me desvencilhar dessa angústia permanente.
Há um ano atrás eu era feliz de maneira irreversível, forte, acreditava que as pessoas infelizes eram na realidade ingratas e qualquer raio de sol me alegrava. Tudo era mais fácil, viver era bom e morrer era só um lugar muuuuito distante. Eu tinha mil planos, ria das coisas, resolvia com sabedoria e amava o ser humano e seus defeitos.
Hoje, eu sou feliz às vezes, durante pouco tempo, acredito que os felizes não pensam tanto, pra mim viver é dolorido e tento resgatar o que eu era a qualquer custo, pelo meu próprio bem estar. Mas agora os problemas do mundo também me afetam profundamente, o poder corrupto, a classe alta egoísta, a falta de bom senso.
Nada tenho de otimista e qualquer elogio me leva a consciente falsa sensação de que está tudo bem, mas nada está bem e parece que nunca ficará. Eu sou um cérebro ambulante, transbordante de todo tipo de pensamento, tentando e tentando me expurgar por meio da arte e da palavra seca.
Sorrio e vivo, mas não porque quero.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Homens-de-papel-moeda
Os homens que abrem o peito pra lutar contra os seus não faz ideia de que a guerra um dia acaba, e que o único homem que pode restar é aquele que ele está matando.
Não existe verdade, não existe realidade, só existe a vontade e a vaidade, e são por essas gêmeas que esse homem morrerá, as mãos que ele lapidou minuciosamente durante os anos, cuidou até então de somente seu interesse e empurrou contra a parede os que um dia lutaram ao seu lado.
Já houve tempo em que eu tivera pena desses homens-de-papel-moeda, hoje eu só quero que eles afundem de uma vez, afinal, sou homem também, e um dia a bondade e o bom senso dão lugar à raiva e ao julgamento. Não lhes desejo vida longa, lhes desejo morte em vida, cozinhando em fogo lento mergulhados na solidão, e se há algo que o dinheiro possa fazer nessa situação é manter aceso o o fogão e quente as duas mãos, as que se tornaram gélidas no processo de lapidação.
Um drink de veneno à vida.
[Cazuza - Blues da Piedade]
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Desde que o coringão esteja ganhando...!
Se o trabalhador tem algo é a fé pelo time, time que o leva a gastar voz, energia e dinheiro com um clube que não faz nada pelos torcedores que não seja a arrecadação de mais consumidores de seus produtos, audiência, ingresso e defensores assíduos de um mesmo mercado apenas com ramificações. Pão e circo.
Parabéns ao trabalhador que esquece do salário que ganha (ou que NÃO ganha), esquece da marca da cerveja à mesa, esquece da roupa que veste, das pessoas à volta (esquece até que são pessoas) e esquece inclusive sua ideologia, tudo para sofrer por um bando de porcos que não sabem nem ler e escrever direito, mas que ganham mais que o gerente da empresa em que você trabalha e ainda larga o time do coração por um salário maior e melhores condições de "trabalho".
Vamos torcer pelo time e largar os problemas maiores... quem se importa com a falta de moradia, com os preços abusivos das coisas básicas, com a exploração assalariada, com a desigualdade e a falta de bom senso própria? Quem se importa com a educação, com a saúde ou com o fato de presos terem melhores condições de quem trabalha? Maaaaaaas, ta tudo bem, desde que o coringão esteja ganhando...!
domingo, 27 de novembro de 2011
Tenho coisas mais importantes a fazer!
Meu olho estalado estava grudado como emplastro na tela do monitor, pregador de forma inexorável, o estômago enrugado de vazio e a boca a exalar um admirável quente ácido. Todo o meu corpo doía, dormira seis e não sentira três, e então, a janelinha subiu e um conhecido falou:
- Vamos num manifesto que vai ter hoje no centro?
- Manifesto contra o que?
- Sei lá, acho que contra o capitalismo.
- Não posso, vou trabalhar...
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Manual prático de como trabalhar em casa
É muito difícil não se deixar distrair com outras coisas, afinal, com o mundo todo à sua frente na forma de internet, a TV e todos os seus DVDs disponíveis na prateleira e a cozinha pronta pra ser assaltada, fica difícil se concentrar em uma coisa só quando tudo que te rodeia é seu e está te esperando. Sem falar que nós seres humanos temos coceiras quando o assunto é besteira!
Seja lá qual for o seu projeto, tarefa ou assunto pra resolver em casa, sem ser DA casa, é preciso ter a disciplina de se concentrar só naquilo é mais nada.
- Tenha tempo de sobra. Não pegue uma hora que restou do seu dia corrido pra trabalhar. Isso não funciona e nada sai bom. Tenha o dia inteiro, ou a tarde inteira para fazer o que precisa fazer, sem se preocupar em cumprir suas obrigações como escrava do relógio.
- Deixe as portas e janelas abertas para o sol e o vento entrarem livremente, assim você não se sente preso num escritório alheio, o que dá mais visão ao seu negócio.
- Barulhos externos só existem se você prestar a atenção neles.
- Tenha sempre um copo de alguma coisa próximo. Não importa se é cerveja, vodca, água, leite, chá, suco... Bebericar algo enquanto trabalha ajuda o cérebro a se desafogar em alguns momentos (fato comprovado cientificamente por mim mesmo!)
- Se vc trabalha no computador, deixe somente o Google aberto e esqueça redes sociais. A não ser que você seja um Forever Alone, vem sempre alguém falar contigo e qualquer barulhinho que você identifique ser de redes sociais já reduz sua capacidade mental de se concentrar só naquilo!
- Estabeleça horários, comece tal hora e acabe tal hora, obedeça a si mesmo! Não acorde cedo a fim de produzir durante o dia todo pra render, porque não vai! Olhe no relógio, não importa se você acordou meio dia e meia (vantagem nº 1 de se trampar em casa), se alimente bem, olhe todas as redes sociais que tem pra olhar e se divirta no pc por uma hora. Depois dessa uma hora passada, desligue tudo e concentre-se em você e no que pretende fazer. Acredite, deixe a diversão pro começo, senão você pode ser pego de surpresa durante a execução da tarefa pensando no recado que você tem que mandar pra não sei quem!
- Se você tem filhos, entretenha-os com qualquer coisa que seja produtiva para o cérebro deles, eles podem até estar no mesmo ambiente que você, desde que façam alguma tarefa importante pra eles também e que exija concentração.
- Sente-se numa cadeira que tenha encosto alto e estofo leve. Trabalhar num banco mais baixo ou mais alto do que o nível da mesa e numa superfície dura, prejudica a coluna, o pescoço, as pernas e os ísquios!
- Levante-se de quarenta em quarenta minutos para andar nem que for até o banheiro. Mas é andar, não fazer mais nada que exija muito. Se estique até a janela e olhe pro céu, isso pode durar cinco minutos, mas é o suficiente pra não se deixar desconcentrar por causa de muita concentração!
- Música? Só se for de elevador. Se você NÃO gosta de MPB, coloque também, vai te relaxar e você não vai prestar atenção na música. Pra algumas pessoas isso não funciona, meu caso, então, às vezes, o silêncio te deixa escutar mais o seu cérebro quando você para e fica olhando pro nada.
- Não deixe que ninguém te atrapalhe. Se for o caso, desligue o celular ou deixe claro para vizinhos que você está ocupado, o que vem de fora é muito perigoso para seu projeto.
- TV ligada, nem ferrando! A TV é um bruxa mentirosa que adora nos enfeitiçar e fazer-nos ficar olhando pra ela nem que for para o programa mais ridículo que estiver passando. Desligue-a e ajude a construir pensamentos melhores pro mundo!
Bom, acho que é só, aos poucos vou colocando mais, se houver necessidade. Agora, vou mergulhar na minha tarefa, pois já perdi meia hora dela escrevendo isso, o que nos leva à outra dica:
- Se você tem um blog, tente esquecer que ele existe!
Fecha a conta e passa a régua que eu vou produzir!
terça-feira, 15 de novembro de 2011
De saco...
Ando de saco cheio de mim mesmo e dos meus pensamentos inquietos, dos meus demônios internos e da realidade irreal que eu só assisto.
Preciso mudar, é uma necessidade e o principal projeto de vida agora. Mudar dói, como viver.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Dentro dói
sábado, 5 de novembro de 2011
Sem alter egos...
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Essas mulheres
sábado, 22 de outubro de 2011
Palpitação
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
REVOLUÇÃO AGORA!
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Esperando, esperando, esperando...
o nosso papo aqui é reto
Passa por rios de desgosto,
senta em bancos de solidão
Minhocas gigantes
Monumentos errantes
Meses de manutenção
Dinheiro na mão
cores pra enfeitar os
vários tipos de cartão
O direito de sentar,
o bom senso pra enfrentar
Chuva, molhado
Dia quente, ar-condicionado
Usuários em reclamação
Empresa aumenta o custo
A greve pára o uso
E somos obrigados
temos de pegá-lo,
temos de encontrá-lo
somos todos operários
em busca do nosso horário
Horário esse marcado
pelos nossos empresários
Eles pagam a nossa vida
E não pagam o nosso ouro
e, sem nem latão pra argumentar,
continuamos a esperar
Esperar, esperar, esperar,
Aquele trem passar
aquele trem parar
e se ao menos tivesse lugar
Lugar pra sentar
Depois de um dia desses
a gente perde a fé
e ainda tem que ir de pé
Tem que segurar
e disputar lugar
até a hora que a estação chegar
E pode rezar
pra conseguir sair, enfim
e reunir pertences
e reunir coragem
Para o outro dia
para trabalhar
para produzir
tudo o que não vem pra si
E o vai enriquecer
e vai te empobrecer
Fazer cair cabelo
Pagar o tratamento
daquele câncer novo
que chama-se dinheiro
Aquele que você não vê,
quem vem e paga as contas,
paga o seu suor
e continua a pagar
e o que vai acontecer?
Na manhã seguinte, lá está você
Dez anos mais velho
sempre a esperar
mesmo sem vintém
esperando o trem
esperando a vida
esperando a sorte
Sorte de alguém
que não pode ser você
você está desesperado,
acorda cansado,
e vai pegar o trem
vai pagar o trem
vai pegar o trem
vai pagar o trem...
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Já protegido da chuva
Já protegido da chuva, pôde arquitetar os seus futuros, programas, comidas, poesias, tudo, querer o bem, a saudade, a idade, a qualidade.
Já protegido da chuva, pôde rir de verdade, desabrochar sensibilidade, voltar a amar a outra personalidade e, se assim for, transbordar possibilidades.
Já protegido da chuva, pôde amar e, protegido da chuva, amado ser...
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Até que o mundo gire ao meu redor...
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Dica Musical: Janelle Monáe
[Fecha a conta e passa a régua que eu vou cuidar da conjuntivite]
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Inconsistência
Porque a maconha não é legalizada
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Cara Estranho
sábado, 10 de setembro de 2011
Show do Vanguart #2
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Copinho Produções - Tela do Prazer
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
Mão Grande
Onde: Em São Caetano do Sul
Quando: Ontem
Quem: Eu, o quase assaltante e dois prováveis cúmplices, três viaturas com sete policiais, uma mulher gostosa e uma piadinha.
Dificilmente eu vou mercado da minha cidade, ainda mais aquele mais próximo da minha casa, recém-inaugurado, jardim na entrada, parede espelhada, passarelas rolantes, lojas no térreo... enfim. Era oito e meia da noite, eu estava sentado em cima da mureta do jardim, entre o portão e as portas de vidro de entrada do mercado. Esperava duas amigas (atrasadas) e, comumente, comecei a brincar com um joguinho incrível no meu celular novo. Não deu dez minutos quando um cidadão, desprovido de sublimidade, pulou em cima de mim gritando pra eu entregar meu celular pra ele. Instintivamente, tirei o celular de seu alcance, me esquivei de suas mãos que tentaram agarrar meu cabelo e entrei no mercado.
- Eu ainda vou te roubar! - bradou o infeliz, frustrado, puto da vida, indo-se embora. Encarei ele com todo o carão que consegui reunir e ele se foi. Percebi uma movimentação estranha ao meu lado e avistei uma garota lamentando algo, meio desesperada, com um outro cara, que passou por mim, também me olhando feio, muito feio, feio até demais.
Me posicionei ao lado de uma das lojas do térreo e, com meu celular seguro na mão, liguei para a polícia. Enquanto explicava a atendente o que ocorrera, observei o casal entrar no banheiro, subir ao mercado, descer sem nada e, quando estavam indo embora, três viaturas chegaram.
Expliquei o que havia acontecido, informei as características, eles deram uma volta pra procurar e no fim, acabei pedindo pra me deixarem em casa.
No meio do caminho, um dos policiais olhou pra uma mulher que passava na calçada e comentou conosco, enquanto o que estava dirigindo mexia no GPS:
- Nossa, que bunda grande... que mulher gostosa - ele se virou pra mim. - Gosta de mulher?
- Não - respondi sem crise e nós três rimos.
No todo eles foram muito simpáticos. Comentaram sobre a forma dos assaltos, enquanto uma senhora chegou de carro em sua casa e foi abrir o portão enquanto deixava o carro aberto, apontando-a como exemplo vulnerável. Disse a ele que a gente nunca tem o que fazer pra se proteger. O policial considerou a probabilidade de aquele cara que quase me assaltou não ser da cidade, mas das regiões vizinhas. Achei pouco provável e quis comentar sobre a falsa sensação de segurança que a mídia mostra de São Caetano do Sul, mas preferi não gastar o meu latim. Quando desci na calçada da minha casa ele me perguntou se eu teria coragem de reconhecer o cara se eles o encontrassem. Respondi que sim. Minha amiga passou por mim e no fim fomos pra casa e pedimos uma pizza mesmo...
Refletindo, depois que contei para os meus amigos que chegaram, percebi que saltei e corri sem nem lembrar da dor excruciante que consumia minhas costas, mas senti-a latejando quando sentei no meu sofá, já longe de assaltantes e policiais. Não fiquei com medo, não fiquei assustado, primeiro eu fiquei confuso achando que se tratava de alguma brincadeira, fiz toda a minha ação sem nem acreditar que aquilo estava acontecendo naquela hora e naquele lugar e por fim acabei com meu sistema nervoso piscando seu alerta vermelho. Quando entrei no mercado e o cidadão me encarou, eu senti que, se ele viesse pra cima, a gente ia se atracar! Afinal, como dissera um dos policiais das três viaturas que chegaram, a tentativa de assalto foi à mão grande, e eu não ia permitir que me roubassem um dos frutos do meu trabalho suado (beeeeem suado!). Não pude fazer nada quanto aos outros que eu desconfiava ser cúmplices, afinal, a polícia não trabalha com suposições, por outro lado, a menina que estava junto com eles mora a uma quadra da minha casa e eu não consegui deixar de pensar em ameaçá-la, se alguma coisa acontecesse comigo, a polícia a procuraria primeiro, mas por fim, me contentei em comer minha pizza reunido com meus amigos em segurança e com meu celular na mão.
Fecha a conta e passa a régua que eu vou tomar cuidado!
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Mais uma do capitalismo
Mas e aí? Você dá ou não? E por que?
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Droga?
Hoje eu ouvi falar que chocolate e internet viciam também, mas vamos lá: chocolate engorda, internet engorda... Droga mata! Correto? Correto, quando seu uso for excessivo.
Você trabalha oito horas por dia, pega trem e ônibus lotado, respira o ar poluído por fabricantes e donos de escapamentos que estão se lixando pra sua saúde. Você come num restaurante que põe salitro na comida, que fermenta o seu estômago por causa do sódio e do nitrato de potássio, além de ser cancerígeno.
Dinheiro pra traficante? A população inteira trabalha pra encher bolso de político!
O que a droga custa R$ 20 no máximo não chega nem perto do valor do imposto mais alto do mundo.
Tudo bem, reconheço que as drogas mais pesadas matam mais rápido, é melhor mesmo ficar com o trabalho que, ao invés de edificar o homem, cozinha corpo e mente em fogo lento.
Porque a maioria dos usuários de maconha são os jovens? Quem pode entender o mundo forçado para qual todos são jogados diariamente? Desigualdade social é o nome da pior droga de todos os tempos, aquela que gera outras "drogas", a que revolta o homem e mata outros pelas mãos do capitalismo. Lei contra a maconha? Porque não fazem uma lei contra políticos que ganham o triplo do que um escravo do governo [que pode ser o pai de quem está lendo isto, ou você mesmo] ganha?
Param aeroportos por causa de um estoque de cocaína, mas não param os jatos e aviões dos filhos da puta que eu sustento, que estão indo e vindo do exterior para se divertir na Disney, enquanto há viciados em crack pelas ruas: considerados o câncer da sociedade, sem casas, sem roupas, sem condições, mas que ninguém move uma mão para tirá-los daquela situação, a não ser a família, claro, pagadores de impostos, escravos do governo, que ainda tem que tirar dinheiro sabe-se lá de onde para pagar a reabilitação numa clínica porca e mal preparada, nada comparável ao caráter de alguns daqueles que estão nos "representando".
Marginalizar o usuário é fácil, tentar entender o porquê da sua situação parece coisa possível apenas pra santo.
É, meu caro, estamos neste mundo pra morrer, e quem tem que te matar é o governo, não se esqueça disso!
Não quero incentivar o uso da droga, e esse papo de apologia pra mim é hipocrisia.
Fecha a conta e passa a régua que eu vou encher a cara!
terça-feira, 26 de julho de 2011
A minha Amy Winehouse
Tenho a consciência de que falo da Amy como uma deusa, mas ainda acho pouco para o que ela me representou, sendo assim melhor ainda, uma amiga muito profunda. Meu piercing foi por sua causa, uma fuga, minha bebedeira foi por sua causa, minhas gargalhadas e traumas foi por ser seu fã, e agradeço a ti por me proporcionar momentos de intensa liberdade, intensa libertação. Já me falaram que sua voz me hipnotizava como o diabo, mas eram frases geradas por ciúmes, pois minha atenção era mais sua do que a de qualquer outro.
[Help Yourself]
Sua morte me machucou.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Relógio. Horário. Minuto marcado. Escravo. Na hora. Estresse. Memória.
Eu nunca quis ser uma pessoa regrada, com horário pra acordar e pra dormir, pra entrar e pra sair. Tenho tesão naquilo que vai contra o manual de instruções diários e não lógicos que seguimos religiosamente.
É que esse negócio de acordar cedo, trabalhar, voltar pra casa, jantar, dormir, acordar, trabalhar... todos os dias, só funciona quando não se tem um objetivo. Eu tenho um objetivo, e não gostaria de ser uma pessoa intolerante, quadrada, como milhões que convivemos por aí.
Mas então, minha insatisfação com tudo e todos foi esquecida assim que conheci a Neli.
Nos encontramos no ponto de ônibus, Neli era uma senhora ativa, que puxara papo comigo sobre o atraso do ônibus e sobre fones de ouvido e o volume da música. Não quis ser daqueles intolerantes que respondem com monossílabos e fogem do assunto, afinal, valia a pena analisar a companhia e me convencer de que compartilhar histórias é sensacional.
Pois então fomos dialogando no ônibus e depois no trem. Ela me contou sobre sua turma no supletivo, as gírias de suas netas, a saúde de sua mãe, curiosidades sobre Jesus, elogiou minha voz e debatemos sobre sedentarismo. Nesse ínterim, citei minhas queridas ex-alunas e sua incrível disposição. De nada nos gabávamos, pelo contrário, até nos despedimos, já em outra cidade, com um beijo e um abraço de velhos amigos e nos desejando boa sorte antes de nos virarmos cada um para seu lado.
Segui sorridente o meu caminho, pensando na agradabilidade de nosso encontro que fizera o TEMPO passar mais depressa e mais leve.
Mais uma vez desafiei o relógio e fiz quase tudo que planejei fazer naquele dia. Já a noite, outra vez num outro ponto de ônibus, conheci Jaqueline.
Jaqueline era uma garota sorridente, de 18 anos, estudante de Psicologia. Perguntou-me sobre o horário do ônibus e então, de uma maneira que nem me lembro, foi me contando sobre sua confusão sentimental em aceitar ficar com um garoto que era paquerado por muitas meninas. Pacientemente a ouvi e, enquanto ela me falava, me bateu um sentimento que há muito não batia, a sensação de maravilhoso mundo em que minha vida estava... só por causa desses momentos, entende? Era sensacional poder ouvir as pessoas falando, ao invés de resmungando.
Aconselhei-a, contei sobre mim e meu trabalho, ela sobre o dela e então um dos ônibus que eu deveria pegar veio, mas o ignorei, esperei o próximo e fui com ela para papearmos um pouco mais.
Tão logo como começara a nossa conversa, acabou. Ela prometeu me contatar nas redes sociais e me contar o desfecho de sua histórias amorosa, e então, parti novamente, com um sorriso satisfeito estampado no meu rosto.
Nessas relações que começam e acabam bruscamente, constatei mais uma vez o quão escravos do relógio somos e que a rotina poda nossa paciência e calma diante de qualquer coisinha que sai do lugar. Temo reclamar demais e agir de menos, pois assim fujo do que acredito. Não arranca pedaço conversar com pessoas desconhecidas, afinal, são apenas pessoas, e são doloridas e deliciosas, assim como eu...
terça-feira, 5 de julho de 2011
Deus do Capitalismo
Foi criado para controlar as pessoas com uma regra única.
Foi criado para fazer as pessoas orarem, e não se moverem pra mudar.
Foi criado para a propriedade privada e a valorização da produção.
Foi criado para categorizar o ser humano e distingui-los em espécie.
Foi criado para vender produtos e ditar o comportamento.
Fecha a conta e passa a régua que eu vou encher a cara.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Inquietações
é a falta de bom tempo,
o excesso de racionalidade.
O que me inquieta é a vaidade,
é a obtusa personalidade,
é a alma e sua idade.
Para onde estamos indo?
O que estamos seguindo?
Tudo perdeu pra humanidade,
que se diz estável,
mas parece afiançável... que saco!
Em tempos de hoje, o podre sobrevive,
a vida entra em crise
e não há possibilidade.
O que todos buscam é a felicidade,
mas ninguém sai da TV,
vá procurar o que fazer!
Vá começar a viver!
São tantas dúvidas,
tantas questões,
e a gente ainda tenta mudar,
mas só perguntar
não vai adiantar,
É preciso lutar
É preciso gritar... e agir!
É preciso ferir e cuspir,
pra mudar, levantar!
"Ta tudo errado" não vai adiantar,
exigir educação, sem mover uma mão?
Isso não!
Onde fica a ação?
Não dá pra plantar o efêmero
e manter-se catatônico,
quem vai mudar o mundo?
Não espere por alguém,
vá você além e mude os outros,
bem aos poucos,
a fim do que pode mudar,
pois não dá mais pra acreditar no
"tudo que tiver de ser, será!".
sábado, 2 de julho de 2011
Amo
O homem é o bicho mais interessante-macabro que existe, e você é uma divindade com rosto humano, a fim de disseminar o bem à humanidade e rasgar meu peito de amor. Não és anjo, és maior que isso, és o ser único e célebre, fruto do meu ardor.
Que seria da claridade do meu mundo sem seu raio de luz pra me completar? Você me fascina, és estonteantemente belo e humano; pra mim, o presente que pedi aos céus.
Quero minha vida pra tua.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Orgulho Gay?
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Ideologia pra que?
Eu queria poder largar tudo e morar na rua, sair desse lixo e só me importar com os restos que eu pegaria pra comer, mas falta determinação porque eu ainda sou um burguês filho da puta que tem ideologia, mas não tem coragem.
Então, nesse ponto, eu ainda tenho idéias revolucionárias, mas estou sendo afogado por desgraçados seres humanos que só visam o próprio rabo.
O que posso fazer enquanto isso? Por hora, remoer minha própria carne e tentar ser a mudança que quero nas pessoas.
sábado, 18 de junho de 2011
Alimentação
Eu sempre pensava em fazer isso lá pelos trinta anos, onde (pra mim) o corpo começava a envelhecer e era melhor começar a me cuidar, mas esse meu decreto entrou em vigor muito antes do planejado.
Quando a gente vê, as coisas NÃO são tão fáceis assim, o corpo NÃO começa envelhecer só após os trinta e se eu mudar minha alimentação só lá na frente NÃO vai adiantar muita coisa.
Envelhecimento da pele, gordura saturada, diabete, problemas de coração e fígado e mais muitos outros poderiam acontecer comigo se minha rotina fosse ainda aquela de almoçar o que dava e não jantar nunca. Afinal de contas, um lanche do McDonald's faz muito mal quando você o consome quatro vezes por semana!
Pois então parei! Pensando em consequências para com o meu corpo e saúde, parei, não abuso de mais nada e ainda tenho receio em lanches fast food.
É claro que nada se corta do nada, é preciso algum esforço e auto controle, um pensamento tipo "Eu não preciso disso, agora" também surte efeito e alguma caminhada faz um beiiiimmmmmm...
Pois é, à partir de hoje sou um pouco mais natural, porque quero chegar nos meus quarenta, com a cara lisa, de coração perfeito, magrrrro e belíssimo... husauhsahuahsa!
(OBS: Parar com a cerveja ainda está fora de cogitação)
Fecha a conta e passa a régua que eu vou comer salada...
quarta-feira, 15 de junho de 2011
As aventuras de Rose Mattos
Esta é Rose Mattos, a camareira mais amada e famosa do mundo do entretenimento.
Ela que já trabalhou com Roberto Carlos, Guilhermina Guinle, Marília Pêra, e muitos, muitos outros, está aqui no blog com um trabalho incrível onde interpreta sucessos!
Eis aqui o primeiro, gravado no camarim do Mundo da Xuxa, com vocês:
ROSE MATTOS
Filmado por Kall Rodrigues.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Diário de Bordo #5
Ao mesmo tempo, parecia meus receios todos sendo confirmados.
Aquilo que eu ouvi há muito tempo atrás estava de alguma forma se concretizando!
Fui colocado à prova, estando cada vez mais visíveis os desafios (maiores) a serem vencidos, o que não me assusta, apenas me dá mais sede e garra pra vencê-lo, e não falo vaidosamente, se o fosse não estaria aqui no Alter Ego do Nuti!
A pesquisa aumenta, o empresariado aumenta, as burocracias aumentarão, mas a necessidade de dizer minha verdade será finalmente sanada. Finalmente estarei pleno num trabalho meu.
Não cuspo no prato que comi, na realidade me despeço dele, não para comer de outros pratos, mas para ser um deles.
5 personagens me acompanham e sofrem transformações juntos comigo! Eles e as peles que os vestirão irão me ajudar neste processo tão intimista e revolucionário que será o novo.
E que venha a nova criação...
domingo, 12 de junho de 2011
Dia dos Namorados
Só vim dizer que, depois de alguns fatos e antes do presente momento, meu coração era uma geleira tão imensa quanto aquela que afundou o Titanic.
Tive relacionamentos que não faziam meu coração bater de verdade e o que eu chamava de amor era "curtição de momento", e nunca davam certo, ora, eu não gostava, e tampouco tinha paciência para isso.
Mas então as coisas se tornaram diferentes e posso dizer que hoje faço parte do Mundo dos Apaixonados. Piegas? Só pra você que não está nele!
Pois agora sim eu sinto que tenho um coração e que a cada pensamento e lembrança boa com aquela pessoa, ele bate de verdade, como se quisesse rasgar o peito e me dar um sorriso apaixonado!
Acordo todo dia de manhã pensando que estou atrelado a alguém que também está atrelado a mim, passo o dia ocupado e quando consigo respirar, me lembro que essa pessoa está pensando em mim, ela me inspira a ser uma pessoa melhor!
Quando se sente algo como o que eu sinto, tem-se vontade de parar tudo só pra ficar nem que for só um pouquinho com aquele ser que você escolheu pra amar.
E o melhor desse mundo, é que você é correspondido!
Se minha obsessão pela felicidade não tivesse encontrado a sua, talvez não teríamos nos conhecido.
Amar é estar junto mesmo quando todos os caminhos fáceis apontam o outro lado.
Amar é querer aquela pessoa pra vida toda, é sentir a vibração que atravessa os corpos quando eles se tocam.
Em outras épocas, talvez, eu publicaria um verdadeiro manifesto contra essa palhaçada inventada comercialmente, ah, mas quando se ama, meu caro, o mundo fica mais colorido, leve, divertido e definitivamente mais poético, pois a quantidade do meu amor, me faz querer passar a vida toda escrevendo poesia pra te agradar!
Viva o amor, a festa e a devoção dos corações apaixonados!
[Maria Bethânia - Explode Coração]
Diário de Bordo #4
Ainda assim, me sinto impotente pela interferência externa (por isso a necessidade de exclusão). Quanto mais eu me drogo das coisas da vida, menos eu crio algo pertinente para o que há prazo, pessoas envolvidas e necessidade de dizer.
Ai... agora estou finalmente seguro das minhas ideias e pronto para começar com o que tenho em mãos!
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Crítica "4" - Beyoncé
Não é de hoje que estou ouvindo falar que Beyoncé está fazendo uma revolução silenciosa com seu álbum “4”… não está, ele é bem audível e fantasticamente novo, não para o mundo, para a década musical. Sua metamorfose é notável desde o primeiro disco, Dangerously In Love, mas parece que só agora estão notando o valor dessa cantora que já foi injustiçada ao longo de seus anos de carreira. Por ter um corpo bonito, dançar como ninguém e ter músicas emplacando as paradas e as rádios, algumas pessoas podem achar que Beyoncé é só mais uma gostosa com músicas chicletes que não passará de dez anos; bom, ela já está aíi há uns catorze e bem mais uns catorze lhe aguardam.
Pois bem, Beyoncé rodou o mundo com sua última turnê I Am… World Tour e conheceu e pesquisou culturas diversas. Tirou um ano de férias e mais pesquisas para alimentar seu eu artístico e compor seu quarto álbum de estúdio que, em sua primeira edição, vem com 12 músicas das 72 que ela gravou.
O lançamento do álbum no Brasil está previsto para o dia 28 de Junho, mas ele ilegalmente apareceu na internet e milhares de pessoas já escutaram, incluindo eu (embora não me sinta culpado, pois eu sempre compro tudo que achar que tem que ser valorizado, então, eu o compraria e comprarei de qualquer forma). Tenho tesão por encarte, arte do cd e ouvir todas as músicas com a caixinha na mão, admirando… rs!
Anyway, ainda que não tenha a caixinha em mãos, o álbum foi ouvido por milhares de pessoas e eis aqui minha resenha crítica curiosa a respeito deste.
A faixa que abre o "4" é intitulada 1+1, que já foi lançada como single promocional no American Idol. Beyoncé tem uma balada linda e absolutamente sentimental que põe em destaque sua voz e a guitarra.
I Care tem algo de Halo, eu diria, como sua segunda parte, se não fosse a influência indiana presente nesta e na seguinte faixa I Miss You. Que voz! Beyoncé se superou de verdade neste disco.
Graças a Deus a diva não se rendeu ao pop-eletro batidão deste época, fez um álbum só seu, característico e forte.
I Miss You foi apontada como curta de mais, porém, deu a sensação de que era somente aquilo mesmo que ela queria passar, sem saturá-la, e tem a questão da temática da música (Eu Sinto Sua Falta), ora... É também muito semelhante à canções da indiana Ratnabali.
A quarta baladinha do disco e Best Thing I Never Had, que é a única com cara de hit. O coro, a letra, o instrumental são dignos. A faixa é dinâmica e já foi comparada com Irreplaceable (por quem tem necessidade de associar uma coisa boa a outra).
Em Party (feat. Andre 3000), dá pra notar a influência de Prince. A faixa toda é um orgasmo, agradando no primeiro momento. É a mais parecida com Destiny's Child. Party é festivo apenas no nome, é rica em melodia, voz e é indispensável no álbum.
Esse disco resgata a Beyoncé de Dangerously In Love e seu antigo R&B, e o título deve remeter não só ás datas comemorativas no dia 4 para a cantora, como também pode fazer alusão aos cantos do mundo, porque nota-se claramente a influência de diversas culturas em seu conteúdo.
A faixa Die Rather Young é épica e, em minha opinião, a verdadeira missão de Beyoncé escancarada. É absolutamente Jackson 5 + Aretha Franklin + música antiga, de elevador.
É ma-ra-vi-lho-sa, Beyoncé está em chamas nesta canção, como uma deusa em um som que não poderia ser cantado por mais ninguém nesta época.
Start Over tem cara de novela das nove, mas não deixa de ser boa por isso. É viciante também, lenta e com boa letra e melodia.
Já a oitava faixa, Love On Top, é fácil de gostar, melodia gostosa com uma voz que Meu Deus!
Cria também um ambiente nostálgico, acho que Beyoncé já está pronta para estar em todos os lugares.
A jamaicana Countdown faz parte dos experimentos deliciosos e malucos como Freakum Dress, Video Phone, Diva, Ring The Alarm, Run the World... é a primeira agitada do disco, com sample de Boyz II Men e uma contagem regressiva que faz qualquer um se matar de orgasmo. O seu "Oh, Killing Me Softly" remete à Lauryn Hill e mata de prazer a quem o escuta, pois A-VOZ-DES-SA-MU-LHER-TA-FO-DA.
E então a influência brasileira aparece em End Of Time, não há absolutamente ninguém que não goste dessa música. Além de super simpática, fica no caminho entre baladinha e batidão. Os saxofones, as cornetas estão lindos e as batidas são marcantes. A faixa é muito boa!
E então o disco desacelera para I Was Here, vindo como tema de filme ainda inexistente. Talvez essa faixa tenha sido colocada neste ponto para quebrar o batidão semelhante com Run The World (Girls).
Estranha pela primeira vez, viciante para quem escuta de novo. A faixa é alucinante e, apesar de estar jogada lá no fim, acaba com gosto de quero mais. Esta sim foi feita pra dançar, liberar a Beyoncé do B'Day e fazer as pazes com a Single Ladie que você conhece.
Álbum bom? Fato! Comercial? Talvez, mas há muita verdade em seu interior e isso mata de orgulho qualquer fã.
Pelo seu vazamento, há boatos de que os executivos da Sony estão querendo que Beyoncé retorne ao estúdio e grave outras músicas, planeje novo lançamento, nova data, outro disco. mas ela está batendo o pé até então... Bom, vai saber. Eu sempre achei a Beyoncé esperta demais para isso, pra mim, foi ela mesmo que vazou tudo isso, já com nova set list preparada, pra divulgar sua música (que é boa) e ver a repercussão dos que o ouviram. Ficarei muito feliz se for este disco o lançado, pois as músicas são mais que perfeitas e nega mostrou (mais uma vez)que sabe fazer música boa sem se render ao que está em alta hoje em dia... e não é pra menos, estamos falando da artista do milênio né!
Fecha a conta e passa a régua que eu vou ouvir o 4 pela 400ª vez...
[Best Thing I Never Had - 2º single já divulgado]
quarta-feira, 8 de junho de 2011
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Greve da CPTM e EMTU
sábado, 28 de maio de 2011
Pichação é arte?
Pichar uma parede é na realidade um manifesto silencioso ao mesmo tempo em que é agressivo. Não é bonito (à primeira vista), incomoda e não é fácil de entender, todavia, brota da realidade, do tempo e do espaço em que o ser humano que o fez vive, é uma expressão remetente da liberdade e é um reflexo do homem daquele lugar... ora, isso tudo não é artístico?
Existe nas ruas uma disputa pela fachada mais alta, pelo status de mais admirável pichador, marcando seu alfabeto próprio e repleto de signos: consequência da divisão de classes, advindo do capitalismo e sincera adrenalina pelo status de ser o melhor e maior.
Penso que a pichação seja uma arte muito sincera. Porém, existe uma ética a ser discutida, pois a tolerância de qualquer um vai embora ao se deparar com "aqueles símbolos feios" no muro de casa.
O não entendimento da arte gera ignorância, que gera a banalização, e foi isso o que aconteceu. Hoje tem uma pichação em cada rua que passamos, ramo em que a pichação não respeita mais o espaço das outras pessoas. É como um bando de gente colocar nariz de palhaço e sair por aí destruindo as janelas das casas. Isso é anarquia infundada, não manifestação artística.
O moleque que achou aquelas letras interessantes, quer colocar o seu próprio nome naquele formato de signo e, então, sai por aí marcando seu território, sem pensar em ninguém e sem motivo aparente. Essa é a razão pela qual vemos garotos burgueses, sem razão alguma para aquilo, pichando os muros de suas escolas num ato de puro vandalismo.
Acontece que a pichação foi banalizada, que é o que acabou ocorrendo com outras formas de arte, porém, imagino que as pessoas não conseguem entendê-la porque vivem em sua própria época, o contemporâneo não é simples, nem sempre é bonito e nunca é fácil de entender (ainda mais em um país em que a maioria da população vê o modo de vida perfeito na tela da novela das nove). Outra porque também vem das ruas, de jovens pobres e sem voz no país, esta é a sua forma de expressão, um grito para dizer que eles existem. É uma arte folk que não deve ser levada como pichação pela pichação. Ao tempo em que eles mesmos cultuam uma arte, em seu próprio meio há os que banalizam-na.
Arte não tem a ver com vandalismo.
No todo, ao se referir a uma obra de arte, não se pode dizer que ela é feia (isso é ignorância), há de saber qual foi o motivo, a história de vida e deixar de lado a opinião pessoal antes de analisar qualquer coisa. Ninguém diz que o Abaporu de Tarsila é feio, ou O Grito de Edvard Munch ou os trabalhos de Peter Howson... há uma questão de entendimento, e como a pichação é algo novo e pobre... porque vamos entender né?
NOTA: Pichação é pichação e grafite é oooooutra coisa.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Diário de Bordo #3
Arquitetura, estilo musical, um quadro, não deixam de ser criações, são, portanto, rebentos, servem para alguma coisa, utilizam linguagens variadas, são trabalhadas e passam por um processo, porém, não podem ser apontados como arte.
A arte quer dizer alguma coisa, sempre. Uma música, por exemplo, quando não há sentido ou não tem a intenção de comunicar nada, só tem a venda ou a leviandade como interesse, não é arte. O que tem de arte em um prédio construído com único fim de abrigar moradores? Pois é arte significado humano, de forma abstraída, ligada ao tempo em que foi concebida. Fala sobre o homem e seu momento, e tal ação sensibiliza o espectador para compor a humanidade, a arte remete a alguma coisa.
A pureza de tudo é a arte como reflexo. De fato ela é um reflexo do tempo-espaço em que foi feita. O artista trabalha exclusivamente para a humanidade (HUMANIDADE, não capitalismo), e tem como intenção fazer o ser humano compreender claramente a necessidade e as relações essenciais entre o homem e a natureza e entre o homem e a sociedade, desvendando-lhe o enigma dessas relações.
A verdadeira arte tem como objetivo libertar o homem da insegurança, do pensamento viciado, e dessa sociedade fragmentada pela divisão de classes e trabalhos. Pois ela é um presente, portanto o artista não pode ser egoísta, ora, ele é aquele que transmite! E qual é a função da arte hoje em dia que não informar, transmitir, expressar e transformar?
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Sobre o Circo (Pesquisa)
Livra-se o circo de ser classificado como arte fácil, pois há claramente um processo tão complexo quanto as outras artes. A diferença do circo é sua capacidade de integração, tanto de si para com os outros meios, quanto dos outros meios para si. Falo do não preconceito da arte circense para com tudo aquilo que existe e que se utiliza da linguagem artística.
Ao tempo em que não é uma anarquia de conceitos ou valores, também não trata-se de uma estratégia comercial. É claro que existem formas de se utilizar da arte circense para outros objetivos que não o artístico, porém, no mundo capitalista em que vivemos fica difícil dissociar o circo daqueles caras que a usam para a venda, então, aí, o circo passa a ser um objeto de lucro, não mais arte, e todo aquele que absorve deste mundo mágico com únicos fins de vendê-la não é artista!
Há uma diferença assustadora entre vender sua criação e criá-la para vender.
Circo, ou você faz, ou você não faz, ou entende da técnica ou não entende. Não há como posar de circense se você não for um. Não tem como falar do circo sem experimentá-lo e, obviamente, na prática, pois não existem outras formas de fazê-lo.
Concorda?
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Diário de Bordo #2
O significado humano dessa forma abstraída compõe a humanidade e é puro... Arte é reflexo, arte é a vida!
E, enquanto eu prossigo na minha incansável busca pelo significado de arte e sua necessidade, chega em minhas mãos um vídeo que sintetiza tudo que ouvi e concluí até agora, me levando a uma emoção indiscritível...
O que vocês acham? Estou certo na minha descrição ou falta algo?
O ser humano precisa humanizar-se novamente.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Diário de Bordo #1
Meu maior medo enquanto artista é o de parecer aquele cara grosseiro que "se eleva" por conta de sua arte que, querendo ou não, independe dele.
Então, ando meio amedrontado com elogios, apesar de precisar deles, ou com achismos externos que acabam modificando meu eu, apesar de precisar deles também.
Arte parece coisa de elite, mas todo ser humano, em suas ações, esbarra no conceito de arte, sem estar de fato fazendo arte, justamente por não saber o que ela é.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Tropicália ou Panis Et Circensis
O Brasil respirava o clima dos festivais e sentia uma forte pressão da ditadura que tentava a todo custo calar a voz dissonante dos jovens que lhe faziam oposição, nesse contexto a rebeldia tropicalista tomava corpo e tornava-se o assunto mais badalado da época, faltava apenas o seu manifesto oficial que amadurecia a cada instante, e que viria se materializar na gravação de um disco, que além de Caetano, Gil, Gal Costa e Tom Zé, contava ainda com as participações especiais de Nara Leão e dos Mutantes.
Com produção de Manoel Berenbein e arranjos do maestro Rogério Duprat, incluía tiros de canhões, em "Coração materno", de Vicente Celestino, interpretada por Caetano Veloso, faixas ininterruptas, simulação de um jantar ao vivo em "Panis et circenses" e sons de rua em "Geléia geral", demonstrando nesses aspectos que o disco recebia forte influencia do trabalho dos Beatles. Seu repertório tinha por objetivo sintetizar o pensamento dos artistas tropicalistas e também do próprio movimento como um todo.
Gravado em maio de 1968 o LP trazia doze faixas, destacando-se "Parque industrial", de Tom Zé, título herdado de um livro de Patrícia Galvão, a Pagu, líder comunista e agitadora cultural nos anos vinte e trinta, onde temos um retrato bem satírico do Brasil, misturando, bandeirolas no quintal; céu de anil; aeromoças; jornal popular que não se espreme porque pode derramar; a lista dos pecados da vedete e o bordão "made in Brazil". Ao lado de "Geléia geral", de Gilberto Gil e Torquato Neto, formavam as músicas mais panfletárias do disco, sendo que esta última retrata o Brasil de forma alegórica, onde não faltam um bumba-iê-iê-boi; Mangueira onde o samba é mais puro; Pindorama, país do futuro; as relíquias do Brasil dentre outras representadas por uma doce mulata malvada e até um LP de Sinatra. A influencia aos intelectuais da semana de 22 esta no verso, "alegria é a prova dos nove" retirada do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade. Em "Lindonéia", de Caetano Veloso, canção feita a pedido de Nara Leão, inspirada num quadro de Rubens Gershman, temos um bolero com uma letra pessimista e não convencional, aliás, desconstruir o formal era uma das características do grupo, onde não faltavam imagens como, policiais, sangue e cachorros mortos nas ruas despedaçados e atropelados.
Em meio a tudo isso acrescente-se um jantar ao vivo em "Panis et circenses" incluindo na música a simulação de um disco interrompido no toca discos, dando um efeito muito interessante e que deve ter assustado muita gente, uma poesia concreta em "Bat macumba" e a celebração final com o "Hino ao Senhor do Bonfim".
A capa foi realizada em São Paulo na casa do fotógrafo Oliver Perroy que fazia trabalhos para a Editora Abril e a sua criação foi coletiva, todos davam sua opinião e no final um resultado característico daqueles tempos de "underground" a la Andy Warrol, com pitadas tropicalistas tupiniquins como o terno e a valise de Tom Zé, o penico nas mãos de Rogério Duprat segurando como se fosse uma xícara, o Sgt. Pepper, Gilberto Gil, a saia e o penteado caipira de Gal Costa, o retrato de formatura do curso normal de Capinan, a seriedade dos Mutantes, ou será os The Mammas & the Papas? A boina de Torquato Neto e o rosto solitário de Caetano segurando o retrato de Nara Leão. Na contra-capa o texto de um suposto roteiro cinematográfico escrito por Caetano Veloso onde os personagens são os próprios tropicalistas travando um diálogo confuso e irreverente que mistura Celly Campelo, Pixinguinha, Jefferson Airplane, a maçã, butique dos Beatles e João Gilberto.
Um disco verde amarelo, tropical, revolucionário, brasileiro, universal e eterno.
[Por Luiz Américo Lisboa Junior]
Tropicália é uma masturbação mental, fazendo chegar praticamente ao orgasmo quem o escuta. Disco revolucionário de verdade com incríveis letras e arranjos. Pra quem curte música:
[Mutantes - Panis Et Circensis]