sábado, 14 de janeiro de 2012

Deuses do Ego Divino!

Um dia desses eu caminhava pela Augusta, com uma amiga minha, atrás de um nariz de palhaço e me deparei com um cara que se dizia monge e vendia um livro intitulado Baghavad Gita - A Ciência Suprema.
Ele colocou seus olhos verdes hipnotizantes em nós e disse que aquele era o livro mais importante do mundo, que o Schopenhauer tinha, o Goethe tinha, fora o inspirador de Mahatma Gandhi e FRÁ!, jogou o Chico Buarque na nossa cara, disse que aquele era seu livro de cabeceira. Além do mais, o dinheiro seria doado para uma instituição X.
Não tinha como não acreditar num homem de vestido laranja no meio de São Paulo às três da tarde! Levei o livro sagrado indiano, tava bem precisando de uma ajuda espiritual mesmo e, segundo ele, se um ladrão o lesse transformaria-se num Robin Hood. Eu não queria ser Robin Hood, mas seria legal conhecer a teoria que o levaria a isso!

Resisti ao livro por umas três semanas. Coloquei-o na mochila, mas nunca lia. Um dias, às 4:20 eu até tentei, mas, só pelo prefácio, percebi que era coisa pra se ler sóbrio e com importância.

Então, após mais uma semana, eu li o bendito (literalmente), mas em cinco páginas eu não consegui me convencer. Que eu sou agnóstico, todo mundo sabe, mas eu fiz o possível pra ler o Baghavad com olhos clínicos, de estudioso, sem preconceitos... só que não rolou! Eis o porquê:
Toda religião tem um deus, o mesmo, by the way! Só que cada uma tem suas regras específicas: não cortar cabelo, não adorar imagem, não comer a hóstia, comer a hóstia, não roubar, não cobiçar a mulher do próximo, apedrejar a mulher adúltera, não matar, não usar preto, não trabalhar no domingo... o importante mesmo é o menos falado!

NOTA: Todos que eu conheço tem vontade de matar os Testemunhas de Geová que aparecem domingo de manhã na porta de casa, só que, ao parecer católico, são os únicos que "saem ao mundo pra levar a palavra".

Enfim, contradições à parte, todos os deuses de todas as religiões, ou simples crença pessoal, nos manda amá-lo e respeitá-lo porque "Ele" nos criou.

QUESTION!

Para que exatamente ele nos criou? Para adorá-lo? Não faz o menor sentido! Eu seria um ser muito egocêntrico se criasse outros seres e outros tudos, para enchê-los de regras e pecados e provações e sofrimentos e coincidências e ironias e pensamentos diferentes, apenas para eles crescerem espiritualmente e me amarem sobre todas as coisas, afinal, Eu os criei!
Se não existe um deus, logo somos organismos que, assim como as bactérias e os animais, surgiram do nada. É do nada! Depois do meteoro que matou os dinossauros, partículas e moléculas disseram sim umas às outras (de novo) e assim nasceu a nossa vida!

Esse é o motivo de eu não acreditar num deus ou num livro que nos enche de regras que vão contra o ser humano puro e liberto. Ainda nos querem louvando e adorando.. ah, por favor!

Pooooor outro lado, acredito nesse deus (inventado ou não) que transforma pessoas, da esperança a elas, as faz melhores e com boas sensações. Esse deus, pra mim, são elas mesmas, e se ele existe para fazê-las sentir-se bem, que exista então!

No todo, acho que as pessoas só precisam de um deus porque necessitam acreditar que há alguém cuidando delas. É muito atrasado viver num mundo onde ciência e religião existem ao mesmo tempo... mas tudo bem! Vivemos num mundo que toca "a porra da boceta é minha" numa época posterior àquela em que Chico foi censurado!

+ 1 NOTA: Não me esquecerei do monge, que trocou as alpercatas por Crocs marrons!


Fecha a conta e passa a régua que eu vou encher a cara.

3 comentários:

  1. Oi Lucas, as religiões e crenças são apenas uma forma de colocar poder nas mãos de alguém para manupular as pessoas, fazer guerra, obter dinheiro... Melhor mesmo é ser honesto e ter caráter por uma questão de princípios e não por medo de ir para o inferno.

    http://olhareseleituras.blogspot.com/

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  2. Gostarei da maneira como tu escreves! Com mais tempo passarei aqui depois para me deixar envolver mais no teu pensamento.

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  3. Deus criou o Livre - arbítrio, para as pessoas agirem e serem livres, com capacidade para fazer as suas próprias escolhas, inclusive aquelas que não estão de acordo com a vontade divina.Todas as religiões tem seus mistérios, mas a verdade é uma só.

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