domingo, 18 de dezembro de 2011

Meu suicídio

Já perdi a conta das vezes que eu desejei e planejei a minha morte. Rápida, indolor, de uma vez, sem nem restar segundos de vida. Não queria me sentir morrendo, queria simplesmente acabar e pronto.
Mas e os outros? Que outros? Quem me cerca definitivamente não me conhece, pouquíssimas são as pessoas que me conhecem de verdade, pra elas seria uma interrogação apenas: como pode uma pessoa aparentemente alegre ter se matado de repente?". Não seria tão de repente assim, tanta coisa passa na cabeça de uma pessoa durante um dia. Pensei em tomar antidepressivos, ouvi gente falando que antidepressivo é "o sorriso de uma criança". Aham...
Não sei quais são os sintomas da depressão, não sei se estou com depressão, não sei de nada. Tive números de terapeutas e psicólogos mas não tive vontade de ligar pra nenhum. Nenhum; eu me conheço muito e não gosto disso, mas também não gostaria de não pensar tanto.

Me desgostei da vida e das pessoas, supondo que há facilidade para quem se apega em alguma religião ou deus. Não me falta amor, me falta auto estima e energia, queria ser mais fútil, mais louco de bom sentido e menos maluco de sanatório.
Eu estragaria a vida de duas pessoas se resolvesse a minha dessa forma, logo isso não estaria certo. Acabei preso em vida, tentando me desvencilhar dessa angústia permanente.

Há um ano atrás eu era feliz de maneira irreversível, forte, acreditava que as pessoas infelizes eram na realidade ingratas e qualquer raio de sol me alegrava. Tudo era mais fácil, viver era bom e morrer era só um lugar muuuuito distante. Eu tinha mil planos, ria das coisas, resolvia com sabedoria e amava o ser humano e seus defeitos.
Hoje, eu sou feliz às vezes, durante pouco tempo, acredito que os felizes não pensam tanto, pra mim viver é dolorido e tento resgatar o que eu era a qualquer custo, pelo meu próprio bem estar. Mas agora os problemas do mundo também me afetam profundamente, o poder corrupto, a classe alta egoísta, a falta de bom senso.

Nada tenho de otimista e qualquer elogio me leva a consciente falsa sensação de que está tudo bem, mas nada está bem e parece que nunca ficará. Eu sou um cérebro ambulante, transbordante de todo tipo de pensamento, tentando e tentando me expurgar por meio da arte e da palavra seca.
Sorrio e vivo, mas não porque quero.

5 comentários:

  1. Oi Lucas!Acho que muitas pessoas passam por isso de não ter mais vontade de viver e sentirem infelizes. Eu já passei por isso e tenho amigos que já foram internados em clinicas e que tomam antidepressivos. É mais comum do que se pensa mas creio que na maioria das vezes a tristeza profunda é uma fase na vida da pessoa e um dia ela encontra motivos pra se sentir mais feliz. Estou seguindo seu blog, bjs!

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  2. É um texto pessimista e triste. Entendo que deva ser pelo momento que vc está passando e por isso, desejo melhoras. Algumas coisas não valem a pena, pense mais positivo e fique bem!

    Um abraço.. =)

    http://rejane-ferreira.blogspot.com/

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  3. O negocio é não se deixar ser vencido, mas sim ser vencedor. Se puder passa lá.

    www.tecknews.co.cc

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  4. "A ideia de suicídio é uma grande consolação: ajuda a suportar muitas noites más." Nietzsche.

    Digamos que a reflexão do Nietzsche tem suas verdades, uma vez que o "pensar" em suicídio serve de conforto, não que a pessoa chegue a cometer este grosseiro erro; apenas ficará confortável em saber que só depende dela para dar um fim na sua sofrida vida. Ele também dizia que a juventude é a pior das fases, justamente por tais questionamentos sobre a falsa realidade e maturidade infantil, no sentido pejorativo, que está prestes a ganhar, já que acha que deve perder a boa inocência. Mas, Nuti, não faça esse martírio com a vida, precisamos do seus textos, das suas aspirações, do seu "eu" subversivo; seria menos uma voz revolucionária, menos uma voz de provocação aos desleixos dos nossos governantes; enfim, estaria se entorpecendo do mesmo jeito que nossos fanáticos religiosos vem se tranquilizando com discursos de satanização à Terra e louvor ao mundo paralelo!
    Então, VIVA! Como diria o Leonardo Boff: "BRINQUE COM A VIDA!".

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