sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Crítica de "The E.N.D. Deluxe Edition" - The Black Eyed Peas

Seja bem-vindo. Bem-vindo ao E.N.D. Não entre em pânico. Não há nada a temer. Tudo ao seu redor está mudando. Nada permanece o mesmo. Esta versão de mim mesmo não é permanente. Amanhã vou ser diferente. A Energia Nunca Morre. Energia não pode ser destruída. Ou criada. Ela sempre é. E sempre será. Este é o E.N.D. E o começo. Para sempre. Infinito. Bem-vindo:




Começando com uma narrativa robótica, Boom Boom Pow inicia 112 minutos de ótimas músicas. Tudo é muito futurista, como se o cd tivesse sido produzido uns dez anos a frente de nosso tempo!
O álbum começa com singles: Boom Boom Pow, Rock That Body, Meet Me Halfway, Imma Be, Missing You e Alive no meio destes, que é uma carta de lamentação narrada por Fergie e completada com uma declaração cantada por Will.I.AM. Missing You é a nova aposta do grupo, que chega prometendo estourar nas rádios (como sempre, Black Eyed Peas soube escolher seus singles).

Missing You termina perfeitamente ligada com Ring-A-Ling que é, na minha opinião, a canção mais contemporânea que já escutei de um grupo atual. A letra não faz sentido, a melodia não faz sentido; apesar de ser dançante e o final ser surpreendentemente maluco, virando algo que nunca escutara na vida antes, não perde o caráter dançante que é a proposta da música.
Party All The Time é o alívio do mundo de hoje, abre nossa imaginação para a probabilidade de podermos festejar a noite toda e dormir o dia todo e do quanto nossa vida seria fácil se jogássemos nossos problemas fora. O arranjo é triste e festivo ao mesmo tempo e nos mostra o lado positivo das coisas, demosntrando a fase de viver bem.
E então Party... desacelera, dando lugar à Out Of My Head em que uma Fergie "Winehouse" vomita a letra ébria, descrevendo perfeitamente os nossos efeitos enquanto alcoolizados estamos. Destaque para quando ela finge esquecer a letra do refrão.

Electric City é como uma canção irmã de Ring-A-Ling. Letra e música desconexa, dançante e deliciosa para os ouvidos. A música também desacelera dando lugar a Apl de A.P. "bebotar" com sua voz empolgante e marcante.
A música dá espaço a Showdown, que parece vir de um Medley completando as anteriores e cantando qual a missão confrontadora de Black Eyes Peas!

E então a narrativa robótica retorna com algumas contestações políticas, servindo de introdução a Now Generation, que nos enumera aplicativos e manias da nova geração, que corre contra o tempo para conseguir dinheiro. One Tribe entra de repente, mas doce. É um hino orgulhoso do anti-americano, mais um grito de libertação do tempo que passaram mergulhados numa ideologia assassina! Eu diria que soa como um What a "Wonderful World" moderno!
A voz robótica vem então bater o martelo e fechar a narrativa trazendo Rockin' to the Beat, no melhor estilo Daft Punk, cantada por Taboo, pra fechar a trilogia de contemporaneidade no som.

E então temos a segunda parte do disco, que, apesar de ser menor, continua deliciosa, iniciando-se com Where Ya Wanna Go, que parece ser a canção da prostituta.
Uma conta matemática e um xingamento inicia Simple Little Melody, que fala de amor também, de uma forma... futurista, digamos.
E mais uma vez temos letras desconexas com melodias diferentes, com Mare e Don't Bring me Down, ambas benéficas aos ouvidos!

O que temos em seguida são remixes de outros sons de sucesso como Pump It, Let's Get Started e Shut Up, ganhando novos nomes e desta vez desviando-se do conceito futurístico do disco, mixando esses singles com velhas canções dos anos 90 e 2000 já conhecidas do grande público.
Em seguida temos That's The Join, que traz um remake do tempo em que Fergie não existia no BEP, muito interessante e melhorada da versão original.
Another Weekkend se parece muito com The Boogie That Be (do disco "Elephunk"), e narra as aventuras de dias seguidos de diversão.
Voltamos então para o remix de Don't Phunk With My Heart, com o novo nome de Don't Phunk Around, que encerra a obra de 25 músicas que vale muito a pena ter em casa.

O nome END é um trocadilho original para Energy Never Dies (Energia Nunca Morre), comunicando superficialmente que o fim é só uma sigla para a energia que nunca morre, como nos descreve o robô no início do disco.

Enfim, The E.N.D. é um disco que todos deveriam ter em suas casas, gostando ou não de Black Eyes Peas, que se renovou 100% com esse novo trabalho que está sensacional.


Where Ya Wanna Go

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