sexta-feira, 25 de março de 2011

Crítica de "I Am... World Tour" - Beyoncé

Não é só um dvd de show comum com extras. Todo mundo faz isso. Talvez essa necessidade de diferença tenha deixado fãs irritados... afinal, aonde estava o show que haviam presenciado em seus países? Ora, ele estava no Youtube, nas câmeras pessoais, na memória... Beyoncé produziu um documentário da própria turnê, incluiu imagens dos 108 lugares por onde arrebatou multidões, imagens exclusivas e pessoas e a sensação de amor ao trabalho que tanto orgulha quem é fã.

I Am... World Tour acompanha um cd em sua versão deluxe e extras. Mas o que acontece nesse palco, onde Beyoncé (em sua forma mais românica) e Sasha Fierce (seu alter ego feroz) se encontram?

Até a introdução mudou de cara do que fora no início da tour, ninguém é capaz de imaginar o que Beyoncé faz antes de entrar no palco, e esta é nossa primeira vantagem.
O espetáculo é dividido em 6 atos. O primeiro deles é composto por Crazy In Love, Naughty Girl, Freakum Dress e Get Me Bodied. A resolução monstruosa do telão vai de luzes gigantes a animações envolventes. O palco fica quente em Naughty e dançante em Get Me Bodied e Beyoncé se vai, deixando seus dançarinos mostrarem que são e a que vieram.

Em seguida o show desacelera para um bloco mais romântico, é a Beyoncé de fato quem assume o controle. Ondas do mar são exibidas no telão e um azul mágico toma conta do palco, a diva está no alto da escadaria do cenário com um manto branco e canta Smash Into You da melhor maneira que poderia existir. Smash é lindíssimo.
A continuação do bloco vem com Ave Maria onde Bey se torna a primeira mulher a cantar Ave Maria de Gounod de maiô e salto alto, mas sem ofensas por seu figurino de noiva. Broken Hearted Girl deixa a sua letra pesada e carregada de sentimentos falar por si e com a extensão do bloco vem If I Were a Boy/ You Oughta Know, onde Beyoncé e Sasha Fierce estão divididas por uma linha tênue. Há muito de ferocidade e poder nessa música.

O terceiro ato é onde Sasha Fierce se personifica claramente diante dos olhos do público. Um vídeo inspirador, com Sweet Dreams ao fundo, inicia o processo de robotização animalesca e quase onírica que Beyoncé quer passar com sua mensagem e roteiro de show. Quando Diva começa, o mix de imagens do vídeo clipe, com o figurino poderoso feito por Thierry Mugler e com as estátuas humanas no alto da escada, Beyoncé consegue com que idolatremos.
Talvez esse bloco seja o mais esclarecedor de todos em relação ao roteiro. Ao mesmo tempo em que ela detona e quebra tudo, as imagens dela enquanto criança na performance de Radio demonstra um lado pessoal da artista para além do palco.
Ego e Hello compõem a segunda parte do bloco, tanto romântica quanto dançante. Hello é vermelha como Naughty Girl, porém mais séria, em outra dimensão e com efeitos leves. Aqui é a hora da verdade. Luz na banda, na cantora, telão avermelhado e a voz. Uma das melhores músicas de Beyoncé é esta, sem truques, sem dançarinos, a execução ao vivo funciona tão bem quanto Freakum Dress e a banda aqui, como sempre, está impecável.

O quarto ato inicia-se com uma "batalha" entre a cantora e seu alter ego, no vídeo, onde Sasha Fierce não deixa Beyoncé tomar o lugar. Ressurge em Baby Boy, voando. Do palco, ao som da música empolgante, Sasha sobrevoa seus admiradores e pousa num palco menor, no meio da multidão, deixando a banda e os efeitos para trás, para se destacar à frente, como sempre fizera. O reggae You Don't Love Me continua Baby Boy e aqui ela presenteia o público com sua profundidade artística. Beyoncé canta Irreplaceable com o texto de praxe e faz todos cantarem para ela.
Neste ponto Sasha interveio, diz que estava assistindo ao show e gostaria de dar uma opinião. Beyoncé elogia seu cabelo e pergunta o motivo da visita, Sasha simplesmente acha que o espetáculo deveria ser um pouco mais feroz. E vai embora pelas paredes do telão.
Infelizmente, este diálogo interessante foi deixado de for do dvd, mas vale apena ver isso no Youtube.
Então a diva pede a batida e a opinião, agora subjetiva, de Sasha Fierce é atendida. Check On It, Bootylicious, Upgrade U e Video Phone é a acoplagem dançante perfeita de Beyoncé onde há muito de diferente do que vinha acontecendo do primeiro ato até aqui. Say My Name encerra com maestria o bloco mais empolgante do espetáculo.

E então temos a quinta parte. O show se encaminha lentamente para o fim com At Last e Listen. At Last tem imagens no telão da história do negro na sociedade americana, ficando subentendido sua importância. Ontem, havia uma passeata em Washignton por empregos; hoje, um negro é o presidente da nação, isso tudo homenageado por uma cantora negra, a primeira a ganhar o prêmio de Compositora do Ano pela ASCAAP.
Listen prossegue com a história já conhecida, com imagens e trechos do longa Dream Girls. Nesse clima melancólico se encerra o quinto ato, com intenção clara e alcançada. Em outra épocas, Beyoncé cantava Scared of Lonely e Dangerously In Love/ Sweet Love, tornando o bloco bem maior, mais romântico e absolutamente íntimo.

Preparando o público para o aguardado final, o telão mostra um clipe feito com uma compilação de paródias, versões e performances pra lá de criativas de Single Ladies. Até Justin Timberlake e Barack Obama entram na brincadeira. O clipe é cômico e anuncia a performance mais famosa de Beyoncé, ao vivo, que entra de maneira encantadora e completamente apaixonante. Mais do que poderosa, Single Ladies é uma música feliz, coloca todo o público para dançar e seria o final perfeito, mas o show tem de terminar por completo, e fica por conta de Halo confirmar tal proeza.
A performance é mágica e emocionante. Beyoncé toca o público, anda entre eles, se atira nas pessoas e devolve o carinho que seus fãs te dão durante todo o trajeto. Halo também encerra o espetáculo com um tributo a Michael Jackson e com a despedida de Beyoncé de um dos melhores shows que eu já vi até hoje em questão de profundidade, roteiro e performance.

No meio dos blocos e performances, Beyoncé registra momentos emocionais e físicos de sua pessoa durante a tour. O dia antes da estreia, a saudade de casa e do marido, o fã que a xinga na loja por não ter seu cumprimento correspondido, o cansaço e o stress, as bolhas no pé devido o ensaio, a vontade de comer batata e suco e a dúvida do porquê de Deus ter dado essa vida a ela? Sabe que não deve contestar Deus nesses momentos esmagadores e agradece pr estar vivendo seus sonhos.
O fim do dvd talvez seja o mais encorajador para todo artista. Ela diz: "O último show é sempre emocionante, e um novo começo se inicia... é a vida!"
Satellites é o fim definitivo, os créditos, e então saímos do show com a certeza de que Beyoncé sabe fazer um bom trabalho e a sensação de euforia que só quem é fã sabe explicar. Em contrapartida, quem não a conhece ou tem uma visão somente comercial de seu trabalho, este dvd em especial é a melhor forma de entender um dos ícones da música.

Agora, papo de fã, sabemos que ela cortou Me, Myself and I, Ring The Alarm, Destiny's Child Medley, Dancers Interlude, The Girls are Introducing Themselves e a performance de Sweet Dreams ao vivo, bem como as completas de Freakum Dress, Get me Bodied, Deja Vu e Radio, mas há um motivo para isso. Já temos essas performances completas no Live at Wembley e no The Beyoncé Experience, Ego ela mostra o ensaio da coreografia conhecidíssma e Radio... bem, Radio eu ainda lamento. Mas pra você que tem curiosidade, basta clicar no nome da música para vê-las no Youtube.

Enfim, I Am... World Tour e uma ótima opção de entretenimento pra quem aprecia boa música. Eu já tenho o meu e o melhor, vi ao vivo no Morumbi e confirmo a veracidade dos fatos... husahuausa!

Tava bem demorando pra eu escrever esse post... Beijos!

2 comentários:

  1. Parabens,como fã e apaixonada realmente mto bem detalhado mais acho que como fã ainda esperava um pouco mais de beyonce (bastidores) afinal muitas musicas e performas ja estão nos nossos corações e batidas por mais diferentes versões que ela faça perfeitamente uma das minhas preferidas no figurino e interpretação If I Were a Boy/ You Oughta Know. ou quanto ela anda sobre o publico com aquele sapato de bailarina que deixas todas as drags com inveja, ou radio ouououououououououou........kkkkkk sou suspeita muito mais são muitos momentos que você vê aplaudi, repeti canta junto, volta e assiste de novo. Ou quando vc repara nos cabelos diferentes, figurinos.....Mais se tem uma pouca que você consegue reparar são durante todo dvd quais são as imagens no brasil....e sabe como vc descobre...kkkk...pq o povo ta chorando, o povo é feio e está tudo socado em uma multidão....e as reações são diversas: Alegria, Choro, Desespero, Desmaio, o brilho nitido nos olhos de cada fã, seja ele branco, preto, brasileiro ou mesmo japones. No fim beyonce passa pela multidão e uma fã quer tirar uma foto e a beyonce coloca o microfone para a fã terminar a musica e ali a emoção transparece.

    Se você nunca viu, não perca tem pede uma copia pro ludi, compra no camelo e se tiver condições $$ Compra afinal não está um preço absurdo e garanto que não vai se arrepender.
    Afinal é emoção do começo ao fim, uma inspiração, a historia de uma turne e vida sutilmente contada pelos olhos de uma Diva aplaudida com as lagrimas de cada fã, dançarino, que pode ver o poder desta mulher

    ResponderExcluir
  2. O DvD não foi ruim, mas poderia ter sido melhor até que o Experience se não houvesse cortes demasiados e mistura de shows diferentes o tempo todo. Tipo, se ela já cortou uma porção de músicas da setlist, deixasse pelo menos as que estavam presentes completas. Freakum Dress me dá vontade de voltar no tempo e bater na cara dela enquanto ela escava cortando esse live perfeito. Sweet Dreams apareceu no instrumental mas ficou de fora do show + CD cantado?!? Ego tinha tudo pra ser o melhor live do DvD se fosse completinho com os versos do Kanye inteiros + Solo de Piano + coreografia completa no fim e o ensaio jogasse pro documentário da versão Deluxe. A voz no show foi toda editada em estúdio e em Freakum Dress fica explícito comparado com as versões ao vivo (Vejam o live dessa em Ukraine), Scared of Lonely, Me Myself and I (Esse foi o último que teve o agudo igual do estúdio no live em Sweden), Honesty, Radio (Seria top se fosse completo), a conversa com a Sasha no meio do show, a banda se apresentando pois afinal ela não faz o show sozinha e no Experience a banda apareceu, os dancers dela em Get Me Bodied + DC Medley Pt. 1 (com os mans dançando em Bug a Boo + Jumpin' Jumpin') + DC Medley Pt. 2 (com as girls num medley de hits + T-Shirt + Beautiful Liar) tiveram seu momento cortado do DVD... Resumindo: Esse show em DvD perdeu a qualidade porque foi só Beyoncé o tempo todo. No The Bey Experience todos brilharam junto com ela e é agradável de ver mesmo com interludes grandes e nesse não tem o mesmo brilho que os anteriores teve. Por mim, se fosse o mesmo que editou o Experience e até o Live in Atlanta das DC estaria bem melhor que essa edição horrorosa dela. Até Honesty a bicha cortou... :'( Nem o penteado Sasha Fierce ela fez questão de mostrar nos concertos quando ela mostra vários shows em Hello... E até Hello foi cortada uma parte. Terrível em edição mesmo eu amando esse show!

    ResponderExcluir

Comentários são úteis e inúteis, faça o seu...