Mais uma situação de quem trabalha com Arte (mentalidade Global)

Sempre me perguntam com que trabalho. Falo da Cia. Rhytmus, do Persona, do NK Eventos e do Parque da Xuxa. Todo mundo se interessa mais pelo parque.
A primeira reação é rir. As pessoas gargalham quando digo meu emprego. Aí elas perguntam o que eu faço lá, ainda com lágrimas nos olhos.
Quando eu começo a explicar meu trabalho, as lágrimas secam e os olhos arregalam, dou um sorrisinho satisfeito. Todas, sem exceção, ficam impressionadas com a minha falta de formalidade e excesso de descontração. Ainda mais por ganhar o que ganho e trabalhar o tempo que trabalho. Sou personagem.
O terceiro passo é perguntar se eu já vi a Xuxa. Digo sempre que sim, mas por pouco tempo, e que ela não dirigiu a palavra a mim.
Aí as pessoas ficam impressionadas com meu trabalho e dizem que esta é uma ótima oportunidade pra eu subir...
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Mas eu não estou embaixo!

Não só com o Parque, mas quando me apresento ator e digo que já fiz isso ou aquilo, as pessoas (que não são dessa área) sempre dizem que logo-logo eu estarei na TV.
Aí quando digo que não almejo televisão, elas ficam decepcionadas.
Eu aposto que se trabalhasse na Record, na Band ou na RedeTv, elas perguntariam se eu ganho bem e logo diriam que em breve eu estaria na Globo.

Mas por que todo mundo acha que a Globo é o limite?

Ontem eu fui conversando com uma mulher muito simpática no trem, que também não tem culpa da mentalidade que lhe foi inserida.
Quando digo que a Globo aliena as pessoas é neste sentido, talvez não seja objetivo da rede, talvez seja... não sei.
Outro dia fiz inscrição num site (nem me lembro do que) e quando fui indicar minha profissão, tive que clicar em Outros, pois na barra de rolagem não havia nada relacionado a Artes... nada.

Talvez o mundo ficaria mais satisfeito e menos impressionado se eu dissesse que faço Administração.