Mas afinal: Qual é a religião certa?

Quando pegamos consciências das coisas, fica claro, pra todo ser humano, que temos de ter uma crença, em quem acreditar, em quem confiar, crer em algo que vai nos salvar, proteger e servir como objetivo depois da morte. Comumente, somos bombardeados de Deus, minha Nossa Senhora, ou Espírito Santo; mamãe nos faz rezar pro Anjo da Guarda, nosso zeloso e guardador, e que Papai do Céu acha feio quando roubamos algo do amiguinho.

Fase 2: Quando se tem curiosidade, vocação (ou, no meu caso, quando se estuda pra montagem do ETNOS!), tendemos a mudar de lado, contestar dogmas e a nossa própria cultura, ir xeretar outra igreja, ou um templo, ou um terreiro, pesquisar outra crença, e de repente nos damos bem com alguma outra coisa, a outra coisa nos explica melhor as outras coisas e você e a coisa viram uma coisa só.

Agora porque Nuti está aqui? Para bagunçar a sua cabeça!

Acho que a relação a seguir pode abrir a sua mente:

01. SENHOR DA ÁGUAS

CULTURA AFRO> Iemanjá é a grande deusa dos mares, rios e oceanos.
CATOLICISMO> Nossa Senhora da Conceição Aparecida é a padroeira dos rios e mares.
MITOLOGIA GREGA> Poseidon (Netuno) é o deus supremo do mar.

02. SENHOR DOS RAIOS, VENTOS E TEMPESTADES

CULTURA AFRO> Iansã, deusa das tempestades
CATOLICISMO> Santa Bárbara protege contra os perigos de explosões, de raios e tempestades
MITOLOGIA GREGA> Éolo, deus dos ventos, comandava todos os ventos.
MITOLOGIA EGÍCPIA> Seth era o deus da tempestade no Alto Egito.

03. SENHOR DO TROVÃO E DA JUSTIÇA

CULTURA AFRO> Xangô é o Senhor da justiça
CATOLICISMO> São Jerônimo e São João são caracerizados como Xangô.
MITOLOGIA NÓRDICA> Thor, o deus do trovão
HINDUÍSMO> Kalki, deus da justiça
MITOLOGIA GREGA> Têmis, guardiã dos juramentos dos homens e da lei,tida como deusa da justiça.

04. SENHOR DA GUERRA

CULTURA AFRO> Ogum é o orixá das contendas. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, batalha, briga
MITOLOGIA GREGA> Ares é o deus da guerra
MITOLOGIA NÓRDICA> Tyr ou Odin
MITOLOGIA ROMANA> Marte

05. DEUS DA MORTE

CULTURA AFRO> Itonde , deus africano da morte.
MITOLOGIA EGÍCPIA> Ament é a deusa da morte, que recebe os mortos nos portões do submundo
MITOLOGIA GREGA> Hades, deus grego que governa o mundo dos mortos
HINDUÍSMO> Kali, deusa da morte e da destruição

06. SENHOR DA CRIAÇÃO:

CULTURA AFRO> Oxalá
CATOLICISMO> Jesus Cristo, nesse caso, Deus.
HINDUÍSMO> Deus Brahma
MITOLOGIA GREGA> Zeus, senhor supremo dos deuses gregos
MITOLOGIA EGÍPCIA> Rá, deus do Sol e da criação.

Isso nos mostra que o que nos salva, protege, atende, não é Deus, ou o santo ou o orixá, é a nossa fé! O cérebro humano tem mais segredos que se pode imaginar.
Então estamos sozinhos no universo? NÃO! Há sim uma energia maior do que a nossa, a Natureza (talvez) porque com certeza vemos as "coincidências", vemos que o mundo gira, como as coisas acontecem e desacontecem, como as coisas nascem e morrem, como as criaturas são perfeitas e como o sistema da vida não falha. Então, salve a Natureza, porque ela sim é cultuada e acreditada no mundo todo, é algo que podemos ver e tocar e sentir. E que se acreditarmos em nós mesmos, pra qualquer coisa, podemos ir a qualquer lugar.
Esquece sua religião! Siga seus próprios passos!

Aí vão as minhas preferências pela história:

KALI, a deusa da morte. No paganismo ela é a verdadeira representação da natureza e é também considerada por muitas pessoas a essência de tudo o que é realidade e a fonte da existência do ser. Deusa da morte e da sexualidade, Kali - cujo nome, em sânscrito, significa "negra" - é a esposa do deus Shiva, segundo o tântrismo é a divina Mãe do universo, destruidora de toda a maldade. É representada como uma mulher exuberante, de pele escura, que traz um colar de crânios em volta do pescoço e uma saia de braços decepados - expressando, assim, a implacabilidade da morte.
(No ETNOS, há uma saudação a ela numa coreografia do Bloco Indiano chamada Kalika)


OMULU é o orixá que rege a morte, ou no instante da passagem do plano material para o plano espiritual (desencarne). Omulu nasceu com o corpo coberto de chagas e foi abandonado por sua mãe, Nanã Buruku, na beira da praia. Nesse contratempo, um caranguejo provocou graves ferimentos em sua pele. Iemanjá encontrou aquela criança e a criou com todo amor e carinho; com folhas de bananeira curou suas feridas e pústulas e a transformou em um grande guerreiro e hábil caçador, que se cobria com palha-da-costa (ikó) não porque escondia as marcas de sua doença, como muitos pensam, mas porque se tornou um ser de brilho tão intenso quanto o próprio sol. Por essa passagem, o caranguejo e a banana-prata tornaram-se os maiores ewò de Obaluaiê.



Cultura nunca é demais> See you tomorrow!