quinta-feira, 29 de março de 2012

Nós

Difundido, expressivo
Povo vive à esmo
controlado, enjaulado
e reprimido por si mesmo

Povo forte, povo avante
Vai de trem e pega o bonde
pega ônibus, o trilho
Só não pega a sorte grande

Tem valor imaterial
mas não sabe, não fala
foi podado, decotado
desterrado, empacotado

Todos nus no mesmo barco
vestindo o cotidiano
que se prende, que se mata
inda é corinthiano

Não entende
Não se entende
chamam de ignorantes
Quem entende
Que se entende
Tem algo de retirante

Tem algo de centro-avante
Tem algo de delinquente
Tem algo de papagaio
Tem algo da nossa gente

Sangue rosa
Sangue ralo
Sangue altivo
Sangue forte
Dá uma cara a tapa e a roupa
Só não fala o que não pode

No trem é estátua traumatizada
No trabalho é trato feito
Na família é sossego
És humano ao travesseiro

Mas um humano sem meio
Mas um humano com medo
Que veste a cara da batalha
pra feder como esterco
Posso encontrá-lo no espelho
Podes encontrá-lo no espelho
Está atado em atrações
Desatado do eu inteiro.



4 comentários:

  1. Palavras forte de muito sentido! Ôh, baita aventuras. Risos.

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  2. muito bom o texto

    http://rocknrollpost.blogspot.com.br/

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  3. belo blog
    parabéns
    http://provasetrapacas.blogspot.com.br/

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  4. muito bom o poema, boas rimas
    parabéns

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