O governo segue a máxima do dividir para reinar, quanto mais conflitos houverem entre os governados, mais remota será a possibilidade de sua união para resolver questões que lhe atingem por parte dos governantes.
Em Fuente Ovejuna, o personagem do Comendador contrariou essa máxima. Ele entrou em conflito com uma minoria da população sem que essa minoria tivesse conflito com as outras partes da sociedade. Não houve desengajamento nesse caso, houve um engajamento contra o poder, promovido de modo indireto justamente por aquele que deveria fazer o oposto.
Bauman diz que tendemos a resolver questões individuais por meios coletivos, foi o que aconteceu. O estopim da revolução se dá com a personagem de Laurência gritando por justiça após ser violentada. Nesse ínterim, convoca essa minoria oprimida e provoca as outras partes da sociedade que, por serem um povo unido, compartilhavam seu sofrimento.
A união dessa massa, além de derrubar o poder opressor, se tornou ainda mais consistente quando defendem sua ação com um combinado que não foi dissolvido diante da mesa de tortura. Lope de Vega mostra que, de fato, o engajamento e a união dos governados pode derrubar qualquer poder. Bauman nos abre o olho para o que ocorre na nossa era contemporânea e nossa pouca ação diante disso.
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Muito interessante o post :)
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