quinta-feira, 14 de abril de 2011

Crítica "Femme Fatale" - Britney Spears



Podemos dividir a carreira de Britney Spears em dois atos. O antes e depois de "In The Zone".

Se fazer um álbum comercial era o que Britney queria, foi um álbum comercial que ela conseguiu. O disco está repleto de batidas e refrões chicletes e contagiantes. "Femme Fatale" trouxe aquela Britney de “In the Zone” e “Britney” de volta. Os breaks de cada música, a voz tunada e o clima dance 2night faz do disco uma odisséia dançante que estávamos esperando dela desde “Blackout” (que é um dos discos mais interessantes da bonita!).

“Femme Fatale” não deve em nada seus dois antecessores. Apesar de todas as músicas serem parecidas, conseguem fazer dançar e gostar, nem que for um pouquinho, aquela pessoa que já gostou de pelo menos uma música sua.

Till The World Ends, Hold It Against Me, Inside Out e I Wanna Go perfazem a combinação perfeita da balada com que o cd começa. How I Roll é a faixa irmã de Get Naked (I Got a Plan), só que dançante ao invés de sexy. (Drop Dead) Beautiful me lembra um pouco de Beautiful, Dirty, Rich da Lady Gaga, pela repetição do título da canção.

Seal It With a Kiss estabiliza o álbum, mas ouvir Big Fat Bass é como comer um bolo de açúcar, com calda de açúcar e recheio de melado. Embora maluca, a faixa é enjoativa e também segue a linha do computador falando ao fundo, mas Trouble For Me recupera a peteca do disco e segue sobriamente.

Criminal é o que chega mais perto de romântica, a flauta (que, com certeza, não é de verdade) ainda assim é bonita, mas parece anunciar o fim do álbum.

O problema é que, pelo cd seguir a mesma linha o tempo todo, parece que não acaba nunca mais. É realmente um disco cansativo, apesar de bom, mas cinco músicas a menos deixariam o álbum um pouco mais atraente. "Femme Fatale" começa lá em cima, e vem aos poucos caindo. As letras parecem ter sido compostas, todas, numa boate. Falam sempre da batida que está aumentando, do cara que vai pegá-la pra dançar, de estar se produzindo pra sair, passos de dança, a maneira como ela faz as coisas. He About to Lose me e Criminal são as mais interessantes e românticas fora do padrão, mas Selfish (da versão deluxe) volta a chover no molhado.

Britney Spears se mantém sempre num estado de “ela está voltando”, mas isso nunca acontece! Minha esperança é de que faça um álbum tão empolgante e musicalmente bom, como fora na época de “In The Zone”. Se "Femme Fatale" contasse uma história, seria daquela garota porra-louca que só se ferra enquanto leva a vida dançando e aproveitando e se apaixonando por criminosos.

Minha recomendação: escute as 12 faixas da versão Standard e esteja satisfeito, como eu.

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