domingo, 30 de janeiro de 2011
Medo da solidão
Cercado pelos meus êxitos e por tudo aquilo que a vida e meu esforço tem me dado, me vejo deficiente do principal sentido. Por mais que eu me paralise na rua ou sente à margem da plataforma, tenho certeza de que não posso apertar os ponteiros do relógio a trabalharem mais depressa, pois não possuo pagamento a eles. Não gosto do que está acontecendo, mas ainda acho bonito meu caminhar diante da tempestade que assola a avenida movimentada, meio sol, meio chuva, muito vento, folhas voando e arranhando meu rosto. Estou vestindo aquilo que me remete a você e escolhendo me punir intimamente.
Apesar do sofrimento, gosto de sentir meu coração descompassado numa miscelânea de paixão e dor... o arrependimento ofusca o brilho do meu sol e a tua reação deita minha força, que está diante de seus braços... corro, paro, sento choro, penso, eu estou aqui, mas você não, e isso de alguma forma é bom, pois o moinho em que vivemos irá alavancar o mundo que construí.
Eu posso perder meu trabalho, perder minha família, perder minha alegria de viver, posso ser traído, pisado e até humilhado, mas a única coisa que mais me assusta é o medo da solidão...
sábado, 29 de janeiro de 2011
Xuxa Xatânica
Só uma coisa a dizer: AH CAPETA!
Dica Cultural: "A Chave"
O topo de um prédio abandonado é o palco deste momento. Léo, André e o público chegam juntos a esse lugar tão especial.
O espetáculo A Chave, escrito e dirigido por Luiz Eduardo Frin, estréia quinta-feira, 3 de fevereiro no Miniteatro.
A trama se passa em São Paulo, no topo de um edifício abandonado, local que proporciona uma vista maravilhosa da cidade saindo da tarde para adentrar na noite metropolitana. Léo, homem de meia idade, leva André a este ponto para um encontro que não apresentará alternativa senão uma mudança radical em suas vidas. Como testemunhas, os dois têm apenas o público e as luzes da cidade que, aos seus pés, aos poucos se acendem.
Vem! O convite está feito para você conhecer o irresistível apelo da relação estabelecida entre Léo e André.
Para apresentar esse encontro, a dramaturgia utiliza-se da mescla entre os gêneros dramático e épico, uma das apostas do Agrupamento Teatral, grupo que surgiu em 2005 inicialmente pesquisando as possibilidades do teatro-dança e o uso do espaço arquitetônico e de sua funcionalidade na comunicação do artista com o público. Em 2008, o grupo agrega o teatro narrativo ao seu campo de pesquisa, tudo para buscar uma relação que, baseada no hibridismo entre os gêneros, questiona os limites entre o real e a ficção e busca uma relação direta e intensa com o público.
Sinopse: Em um início de noite, Léo leva André e o público ao topo de um edifício abandonado. Léo é mais velho que André e, lá do alto, apresenta ao garoto seu ponto de vista, sua cidade, sua verdade e suas versões. Principalmente, apresenta ao menino seu maior sonho de infância, que pode estar prestes a se realizar. Com o coração aberto e as expectativas sem limites, até onde este homem pode ir sem ter seu pedido atendido? Até onde este menino pode ir sem ter um pedido? O anoitecer da metrópole traz a resposta.
Ficha Técnica
Texto e Direção: Luiz Eduardo Frin
Assistente de Direção: Gustavo Dias
Elenco: Arô Ribeiro e Felipe Ramos
Cenário: Cláudio Zeiger
Figurinos: Arô Ribeiro
Trilha Sonora: Charles Raszl
Iluminação: Arnaldo Santini e Luiz Eduardo Frin
Direção de Arte: Lucas Pchara
Assessoria de Imprensa: Daiana Cintra
Fotos: Cláudio Zeiger e Leandro Frin
Produção: Agrupamento Teatral
A Chave
De 3 de fevereiro a 1 de abril de 2011
Quintas e Sextas às 21hs
Miniteatro
Praça Franklin Roosevelt, 108
Tel. 3255-0829
Entrada: R$ 30,00 e R$ 15,00 meia
Duração: 60 min.
Mais Informações:
Blog: http://achaveteatro.tumblr.com/
Twitter: http://twitter.com/achaveteatro
Facebook: www.facebook.com/espetaculo.achave
E-mail: http://mail.uol.com.br/compose?to=achaveteatro@gmail.com
Arô – (11) 7589-8932
Daiana – (11) 8118-3063
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
28/01/2011 por Lucas
Mas a que pontos chegamos das coisas? Porque tudo teve que ser desse jeito? Hoje de manhã eu acordei sangrando, pois você foi o único capaz de fazer meu coração rasgar o peito. O único que me mandou mensagens sinceras de amor e compreensão, mas apesar das coisas que estou sentindo nesse momento, um outro tipo de sensação toma conta de mim: a raiva.
Por que, depois de tudo que venho entendendo e lutando por nós, a sua primeira reação a esse tipo de coisa foi um "chega pra mim" tão rápido e sem pensar? Por que, apesar de nossas cabeças quentes, fomos nos dividindo em se humilhar e humilhar o outro? Quais são as chances de esse nosso mundo voltar a existir, já que tenho certeza de que meu amor por você não é humano, é divino?
E você descobriu o melhor de mim, resgatou o meu coração que estava petrificado e me fez ser uma pessoa melhor... mas aí deslizei, deslizei pra tudo aquilo que mais detesto em mim, e passei dois dias fora de minha mente, chorei até ficar com dó de mim. Mas são nesses momentos que tenho que resgatar aquela personalidade fria e racional que vaga por detrás dos meus olhos. Clamei por ela para não ter que sofrer como estou agora, mas não consigo cantar uma música alegre, nem consigo parar de pensar em me drogar, em me embriagar, em você... talvez eu realmente não seja a pessoa certa pra ti, que és tão perfeito quanto a natureza, mas que também foi fraco em sua decisão precipitada... gostaria que você lutasse por nós, como fiz até agora, mas não posso te pedir mais nada, não posso te obrigar, não posso te importunar, já que sua vontade nesse momento é a de nunca mais me ver... mas a gente precisa organizar nossas ideias, conversar sobre o rumo que nossas vidas vão levar. Pode ser que eu tenha sido dramático até agora, ou então que eu quisera culpar a bebida, mas eu me importo com o que vai acontecer, desde que aconteça!
Uma vez, um amigo me disse que paixão é perder o fôlego, e amor, é a impossibilidade de viver sem aquela pessoa... eu não irei morrer se você me deixar, mas com certeza serei mais infeliz nessa minha jornada.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Você Vai Gostar de Mim
Os seres humanos reclamam demais da vida que levam.
***
Xuxa
Tem gente que é loirinha pra valer
Tem gente com o cabelo de cachinho
Tem gente que parece que só faz crescer...
Tem gente que é chamada de baixinho .
Eu sou diferente de você
Você é diferente de mim
Eu sou diferente de você
E mesmo assim,
Você vai gostar de mim...
Tem gente que não pode ver você
Tem gente que tem olho puxadinho
Tem gente que usa as mãos pra se mover
E tem quem mova mundos por mim...
Eu sou diferente de você
Você é diferente de mim
Eu sou diferente de você
E mesmo assim,
Você vai gostar de mim...
Tem gente tão fina que nem se vê
Tem sempre um que é o mais gordinho
Tem gente com degraus pra vencer
E só depende de um empurrãozinho...
Tem gente que vai te surpreender
Parece que a alegria não tem fim
Tem gente com encanto pra viver
É gente com o pó de pilim-pim-pim...
Eu sou diferente de você
Você é diferente de mim
Eu sou diferente de você
E mesmo assim,
Você vai gostar de mim...
sábado, 22 de janeiro de 2011
Alter ego...
Passei dois dias completos fora de mim, tonto por tudo que tinha usado e embriagado pelo fato de ser um filho da mãe que ainda se importa com o sentimento alheio.
Tentar aceitar que as coisas mudam não é dom para muitos, mas felizmente eu sou apaixonado pela mudança e espero que as coisas continuem mudando, não importa se para o bem ou para o mal, o que importa é que dessa mudança sairei com o gosto de ter aprendido mais uma coisa.
Por mais que eu continue enchendo a cara com meus amigos ou então me drogando de estrelas, serei sempre aquele cara apaixonado pela vida e grato pelas pessoas que aqui permaneceram... eu até consigo acreditar em minhas palavras, mas prefiro ter fé na outra personalidade que toma conta de mim quando resolvo ser frio e calculista. Agora sim me sinto muito bem resolvido com minhas questões sentimantais, e se tiver que escolher entre você e a tranquilidade de não ter que me preocupar com tudo isso, eu fico com
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
No que resultou a soma: Johnny Depp + areia falsa + dançarinas com maracas + Mortícia Adams + música russa + bate forte o tambor...
No meio disso, temos a presença ilustre de Mortícia Adams e Tio Chico, dando o ar de sua graça num lugar que não combina com eles... ah, detalhe: a música é o remake de um sucesso da banda (morra!) Carrapicho, só que em russo!
Achou tudo isso muito estranho? Então da uma olhadinha nisso:
Divirtam-se!
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Crítica de "The ArchAndroid" - Janelle Monáe
O disco começa com Suite II Overture, que mais parece aquelas músicas de abertura para o filme em que um livro mágico mostra na tela o nome dos envolvidos na super produção. O título Suite II é na realidade uma forma de dar continuidade ao trabalho de Janelle Monáe, já que seu primeiro disco se chama Suite I. A maluquice então começa de fato começa com Dance Or Die, que tem algo da Madonna de hoje e a Britney de ontem. Janelle aqui mostra seu lado rapper e narra uma letra contemporânea sem sentido claro, mas ao decorrer da música, a experiência se torna muito original e agradável.
A música então se transforma em Faster, que tem algo de blue dos anos 80. Janelle aqui está perfeita, a canção animada acaba em Locked Inside, que lembra muito Simply Red, só que mais surpreendente. Esta também é dançante e tem a pretensão de nos fazer viajar nos arranjos perfeitos e deliciosos, e consegue. Locked Inside é festivo e fino e, sinceramente, merece um clipe futurista. Janelle Monáe parece que será como Corinne Bailey Rae e Macy Gray, que são donas de canções divinas, mas que não estão na boca do povo... e por acaso o povo lá sabe o que é bom?
Anyway, o disco prossegue com Sir Greendown que soa como uma pausa bem down no clima do álbum. A canção é curta, taciturna e encantadora, como tudo até agora. E então Cold War, um de seus singles, começa quebrando o clima da quebra. Aí o cd acelera de novo, com uma faixa empolgantemente triste. A cantora parece desapontada nesta faixa, tudo contribui para este sentimento: sua voz, os arranjos, as pausas, e ela tem razão, pois fala de uma separação que está em guerra fria. Tem algo de Charleston aqui. O fim da música é acoplado ao seu single de estréia, o Tightrope, que nos faz reconhecer a artista. Tightrope parece uma continuação mais descontraída de Cold War, com Big Boi aos vocais também, revela o lado “marketeiro” de Janelle Monáe. A música não se estabiliza por um segundo, de repente temos estrofe, refrão, rap, bridge, tudo ao mesmo tempo, sem ordem estabelecida e fazendo da faixa jus ao clipe que ela tem, um sanatório. Neon Gumbo é como um devaneio, uma loucura sem nexo, só sentidos. É, na realidade o final de uma outra música sua, Many Moons, só que tocada ao contrário. O que faz da música um som assutadoramente interessante.
Em seguida temos Oh, Maker, que dá a primeira impressão de que a normalidade voltou ao disco. Soa como uma música de elevador bem agitada para os padrões. Mas ela só quer dizer que o surpreendente era que o viver da pessoa para quem ela canta, era o viver dela. A faixa vai indo embora aos poucos, deixando o ouvinte solitário. Um instrumental difuso volta e se vai rapidamente, trazendo Come Alive (The War of The Roses), que lembra um pouco do "The Black Parade" do Chemical Romance. Aqui, Janelle fala de um esquizofrênico e só. Pois Mushrooms & Roses traz de volta o espírito pacífico do disco, mas de uma forma robótica, de voz alterada quase não entendível. A narradora aqui parece se encontrar fora de seu estado comum, como drogada ou bêbada. Mas Suite III Overture, a continuação da faixa de abertura, traz de volta o clima abertura de filme de aventura-mistério, e abre as portas para o segundo ato.
Neon Valley Street abre a segunda parte do disco, mais mágica eu diria. A música tem um quê de romance da novela das nove, com pitadas de motel e elevador, mas é envolvente como sexo e quente como um local abafado, tipo, debaixo das cobertas. Uma voz robótica continua a declaração de amor mais esquisita que eu já ouvi. A canção se vai, nos deixando a imagem aérea do casal que está pronto pra fazer o dia nascer feliz. Uma narração obscura leva a canção embora e traz Make The Bus. Make The Bus é um mix de Britney Spears, com Eurythmics e New Order. A letra parece trazer a fantasia da canção seguinte, Wondaland, que se encaixaria perfeitamente num filme de “Alice no País das Maravilhas”.
A suave 57821 narra mais um conto de amor esquisitamente frio. Esta frase sintetiza bem o espírito da música: “Tão certo quanto o sol, continua brilhando em seus olhos e ela sempre estará esperando por você”.
Say You’ll Go é o começo do fim. Ela fala do amor etnicamente, deixando os leigos de queixo caído com tanta informação desconhecida no meio. O arranjo tem algo de egípcio, que traduz a capa do disco, que mais parece um enigma difícil de decifrar que qualquer outra coisa. O piano despede-se lentamente trazendo em clima de suspense BaBopByeYa.
A última faixa do disco se inicia como a primeira, mas traz consigo um release do que foi o The ArchAndroid. Parece início de super produção, tem sua letra contemporânea, o lado música de elevador, o clima blues, a calmaria, o clima down, é fina, empolgante, mágica, romântica, fantasiosa e suave.
Estes são os adjetivos perfeitos que descrevem a alma de The ArchAndroid, que fazem de Janelle Monáe uma artista contemporânea de um disco finíssimo e muito original, porém, o disco não deixa de ser misterioso, cheio de referências de seus outros trabalhos e personagens e andróides e histórias de amor. Vale a pena tentar decifrar ou ser devorado.
Uma das que eu mais gosto:
[Locked Inside]
Balada de Gisberta
25 Fevereiro 2006
Gisberta, nascida Gilberto Salce Júnior na cidade de S. Paulo, Brasil, há 46 anos, acabou morta no fundo de um fosso malcheiroso. A "mulher belíssima, muito cuidada, profundamente feminina e dócil", que chegou a Portugal há uns 25 anos, agonizou mais de 48 horas até soltar o último bafo de vida. As notícias anunciaram a morte de um homem, mas é no feminino que a tratam as associações que privaram com o transexual e lhe prestaram auxílio: "Era uma senhora", diz Raquel Moreira, do Espaço Pessoa, que lidava com "Gis" há quase dez anos.
Umas duas semanas antes de ser violentamente agredida no parque subterrâneo que lhe servia de casa, Gisberta confidenciou a uma técnica sobre "uns miúdos que de vez em quando apareciam na obra e se metiam com ela", embora não tenha referido qualquer agressão. Aconselhada a sair, afirmou apenas: "Posso estar muito mal, mas continuo a ter a força de um homem, não vai ser por causa de uns miúdos..." Mas Gisberta há muito estava débil, fruto das maleitas do HIV e da hepatite, que a deixavam cada vez mais fragilizada.
Foi-se alterando o acompanhamento que recebeu do Espaço Pessoa ao longo dos anos. Quando aquela instituição abriu portas, em 1997, o contacto era feito através das equipas de rua, que lidam com a população que se prostitui. Gisberta, que em tempos havia feito espectáculos de transformismo em algumas casas gay portuenses, vendia o corpo na Rua de Santa Catarina. Nani Petrova, um dos travestis mais antigos da cidade, lembra mesmo que "Gis" chegou a actuar em bares míticos como o Sindikato e o Bustos, mas "não fazia do show a vida profissional, era mais prostituição".
Todos assinalam a beleza de outros tempos e a sua cordialidade: "Era uma jóia, uma pessoa muito bonita, parecia uma rapariga autêntica, maravilhosa", descreve Petrova, que a conheceu há "uns vinte anos".
Também Raquel Moreira não esquece a beleza de Gisberta, entretanto destruída pela doença e pela toxicodependência.
Primeiro, assista a essa apresentação:
Gilberto Salce Júnior, ou melhor, a transsexual brasileira Gisberta foi assassinada na cidade do Porto, em Portugal, em fevereiro de 2006. Antes, durante dois dias, sofreu todo tipo de violência verbal e física, mantida sob cárcere, por um grupo de adolescentes (entre 12 e 16 anos de idade).
A "Balada de Gisberta", de Pedro Abrunhosa, restitui à personagem sua condição humana, destroçada; leva-nos, com tais informações extras, a pensar sobre as políticas públicas de segurança e respeito mútuo universais; e guarda de menores.
Cantada em primeira pessoa, a canção, com suas porções generosas de fantasia, realidade e delírio, pergunta: Qual é a participação de cada um de nós (ouvintes: tocados e chocados) neste monstruoso assassinato? O que motiva tais gestos? Corpo profanado pelas crianças-carrascos, que dizem estar "brincando", Gisberta exige resposta, ação e mudança coletiva e efetiva.
É com esta canção que Maria Bethânia fecha o primeiro ato de seu show Amor, Festa e Devoção (guardado em disco de mesmo nome, 2010). Transfigurada em Gisberta (a sem nome, sem sexo: só paixão e queda) a cantora imprime o tom mais que perfeito para marcar a saída de cena: quando perigo e encanto; alerta e convite nos envolvem.
Moradora de rua, arrastada, depois da tortura, para ser arremessada dentro de um poço d'água e morrer afogada, Gisberta é símbolo e signo de nossa condição (des)humana. Aliás, ela seria queimada viva, mas a água, ao invés do fogo, pareceu ser um final "melhor": já que o corpo afundaria, apagando para sempre a imagem de Gisberta e da "brincadeira infantil".
A água e seu mugido fez de Gisberta a sereia que não nos deixa esquecer o quão longe estamos do amor (potência sempre em desenvolvimento) coletivo. Se só o (trans)amor é real, Gisberta o chama: mesmo que ele esteja tão longe.
O amor é tão longe! Há limite para a brincadeira? Qual? O fato de Gisberta ser soropositiva e toxicodependente, como sugeriram alguns advogados? Quem matou Gisberta? A água ou as crianças?, perguntou o Ministério Público. Homicídio ou afogamento?
Importa mesmo saber? O fato é que todos (indistintamente) precisamos rever conceitos, pois, enquanto enche-se as micaretas LGBT, Gisbertas à mancheia morrem. Alguma coisa está fora da ordem faz tempo: militantes, ou não, precisam perceber isso.
"Perdi-me do nome, hoje podes chamar-me de tua", diz a Gisberta que fala na canção. Ela é uma legião: carrega na voz a multidão de marginalizados, que servem apenas para dançar em palácios, oferecer-se a mil homens, e logo depois ser descartados.
Urge responder à altura: dialogar e dizer a Gisberta que, acima dos fundamentalismos, ainda vale a pena e é possível sonhar e realizar dias melhores, sem juízos finais. Agora. Pois o céu da felicidade, de cada um e de todos, não pode esperar.
Aqui, cantada pelo autor da música:
[Créditos a Comunidade Maria Bethânia e ao Blog 365 Canções]
Balada de Gisberta
(Pedro Abrunhosa)
Perdi-me do nome,
Hoje podes chamar-me de tua,
Dancei em palácios,
Hoje danço na rua.
Vesti-me de sonhos,
Hoje visto as bermas da estrada,
De que serve voltar
Quando se volta p’ró nada.
Eu não sei se um anjo me chama,
Eu não sei dos mil homens na cama
E o céu não pode esperar.
Eu não sei se a noite me leva,
Eu não ouço o meu grito na treva,
E o fim vem-me buscar.
Sambei na avenida,
No escuro fui porta-estandarte,
Apagaram-se as luzes,
É o futuro que parte.
Escrevi o desejo,
Corações que já esqueci,
Com sedas matei
E com ferros morri.
Trouxe pouco,
Levo menos,
E a distância até ao fundo é tão pequena,
No fundo, é tão pequena,
A queda.
E o amor é tão longe,
O amor é tão longe
E a dor é tão perto.
Maria Bethania - Balada De Gisberta.mp3
17/ 01/ 2011 por Lucas
Foi depois desse dia que percebi como é lindo o canto do pássaros, como o céu às sete da noite é agradável, como é gostoso ouvir música acompanhado, como é interessante conhecer pessoas no trem por cinco minutos e que as coisas rotineiras que normalmente são estressantes se tornam pequenas diante do sentimento que colore sua visão enquanto o dia passa... e como passa rápido!
Diário número UM: Ontem, dia 17 de Janeiro, foi o melhor do meu ano!
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
ESTREIA NO MUNDO DA XUXA
O ano começa com novidades no Parque O Mundo da Xuxa, em São Paulo. Desta vez, Xuxinha e toda sua turma estreiam um musical inédito: a Parada Dança, Festa e Comilança. Em apresentações diárias (durante a semana às 15h00 e aos finais de semana às 15h30), os personagens cantam e dançam músicas inspiradas no DVD XSPB 10 – Baixinhos, Bichinhos e +.
No palco, todo feito em material reciclado, Xuxinha, Guto, Bila Bilu, Teddy, Txutxucão e os Três Ratinhos apresentam sucessos como To de Bem com a Vida, A Dança do Pinguim, Salada de Frutas, Peito, Estala, Bate entre outros.
O Parque O Mundo da Xuxa fica no Shopping SP Market, em São Paulo. Veja como chegar e também os horários de funcionamento em http://www.omundodaxuxa.com.br/
Beijinho, beijinho, tchau, tchau!
P.S.: VÃO ME VER!
domingo, 16 de janeiro de 2011
Show do Vanguart
Mas meu conceito foi transformado ontem, naquela noite agradabilíssima em que me propus a pagar vinte reais pela experiência.
A palavra para descrever a apresentação é uma: incrível. Li em um crítica de revista que o vocalista era uma das melhores vozes dessa geração e não pude deixar de concordar. Hélio Flanders é dono de um carisma encantador e ótima sintonia com o resto da banda em que, no palco, está a frente. Todos curtem o próprio som e são excelentes em seu trabalho. Porém, há um, um que não deveria colocar a cara em público, mas este foi de longe a única coisa que me incomodara.
Muitos convidados subiram ao palco, uma violinista belíssima foi a primeira, em seguida um violoncelista, uma cantora que parecia ter vindo da ópera e um cantor que só tinha simpatia.
O palco se tornou uma reunião de amigos musicalmente descontraída, melancólica, saudosista e absolutamente romântica.
Tive vontade de participar daquela reunião que foi se dispersando aos poucos. No fim, sobrou somente a própria banda, fazendo o que sabia de melhor, levantando o público do Centro Cultural e encerrando o concerto com a sua cara.
Amei a sinceridade em que tinham um com o outro e com o público, a gratidão por estarem ali com aquelas pessoas, a intimidade entre os convidados e o carisma do vocalista muito artista, porém, senti falta de maiores efeitos cênicos, de uma organização melhor no palco, de uma pausa diminuída entre uma música e outra, um pano preto na frente daquela figura inexpressiva, deixar menor a coisa underground do show... mas talvez seja essa mesma a alma do Vanguart, desejo a eles um caminho de sucesso, pois merecem!
Confira minha música preferida da noite:
Restart e Justin Bieber fizeram pacto com o Diabo
Vamos ao recapitula: Xuxa Meneghel, quando estourou com seus programas, foi acusada durante anos, e até hoje, de ter feito pacto como diabo, dizem que ela vendeu sua alma por uma certa quantia em dinheiro e fama. A história se repete com bandas e cantoras como Beyoncé, Lady Gaga, Amy Winehouse, Ivete Sangalo, The Doors e mais uma multidão de pessoas que fazem sucesso nessa área.
Porém, acredito eu que o diabo seria muito mais esperto para deixar rastros em músicas invertidas, gestos com a mão e corpo, aliás, ele acabou sendo muito bem pago pra fazer isso direito.
Mas, poucas pessoas cogitaram a possibilidade de a banda Restart e o cantor teen Justin Bieber terem vendido a alma. Agora puuuurque eu pensaria numa coisa dessas? Por que eles teriam pacto e as outras não? Vamos lá:
-> Xuxa Meneghel e Marlene Mattos criaram um mundo novo, de imaginação, com um cenário de desenho animado, incluindo a figura da apresentadora que parecia ter sido feita a mão. Misturou-se desenhos, dança, música, personagens, muita cor e PIMBA! Nasceu um dos maiores programas infantis da televisão e os momentos históricos dele. A palavra é "Criatividade".
-> Ivete Sangalo cantava havia milhões de anos na Banda Eva e quando resolveu seguir carreira solo, investiu em seu futuro e cresceu. Hoje, colhe os frutos que plantou com sua potência vocal e capacidade física, tornou-se uma das cantoras brasileiras de maior sucesso da atualidade, reconhecida nacional e internacionalmente. A palavra pra ela é "Potencial".
-> Lady Gaga é a rainha dos holofotes. Compositora de cantoras de nome, passou a cantar suas próprias letras com um estilo muito original. Sem medo de ser feia ou parecer esquisita, exagerou em tudo e, fugindo dos padrões, acabou criando um padrão. A palavra dela é "Originalidade".
-> Beyoncé Knowles também passou a vida cantando, desde pequena já deu os primeiros passos para o que ela é hoje. A pessoa que mais investe em si mesma é dona das paradas de sucesso. Faz o que ama, canta muito bem, dança muito bem e tudo que a ela está relacionado vem com excelência. A palavra principal de Beyoncé é "Talento".
-> Amy Winehouse é a pessoa que mais deu escândalos. Sempre problemática, a cantora narra sua vida sentimental com um vozeirão de derrubar qualquer um. Seus problemas amorosos, mistos com sua voz divina e melodias retrô fizeram de Amy a cantora de sucesso do ano de 2009. A palavra é "Voz".
Agora eu paro e pergunto: O que tem a Banda Restart e o cantor Justin Bieber?
Ambos tem em comum pais ricos e empesários que sondam a mídia em busca do que pode ser vendável. Fazem o que sao mandados fazer e tem atitudes nem tanto artísticas assim. Vejamos:
- Em um dia de descanso, Justin Bieber tomava sol na praia quando uma garotinha se aproximou dele e lhe pediu um autógrafo. Da maneira mais mal educada possível, ele respondeu que aquele era seu dia de folga e pediu a ela e a sua mãe que se retirassem de perto dele.
- Numa premiação, a banda Restart foi vaiada ao subir ao palco. Indignados com aquela manifestação, disseram que se não gostavam, era porque tinham inveja.
Pare por aí! Atitudes como essa, em sã consciência, não poderiam ter surgido de outras pessoas, claro que só poderiam ter sido assinadas por dois nomes da música desprovidos de criatividade, potencial, originalidade, talento e voz! Infelizmente, eles estão na mídia e existem pessoas que gostam, porém, se essa banda e este cantor aqui citados, não tem nada disso que são essenciais para formar algo de sucesso, porque eles são tão estourados? Só existe uma resposta: pacto com o Diabo!
ALTER EGO: Que se dane a ética e a moral nesse post!
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
E mais um Big Brother Brasil...
Mais uma vez nossa cabeça vai ficar cheia de papos sobre esse assunto, capas de revistas com notícias bombáticas, fofocas, manchetes, fotos compremetedoras, e títulos que visam a degradação humana gratuita, sendo exibida em rede nacional em um horário que é chamado de "nobre". Todo mundo comentará sobre esse lixo tóxico, em todos os lugares as pessoas vão te perguntar, questionar, debater e ae pele do seu rosto vai descer cinco centímetros por minuto escutando sobre isso!
É com você, agora, telespectador do maior circo de horrores da televisão atual, onde o público nacional espera por confusões, brigas, puxões de cabelo, gays afetados que são enfiados no programa pra sujar ainda mais a imagem desse pedaço malvisto da sociedade, travestis que são mandados não se identificarem pra ver quantos homens conseguem pegar, socos, murros e tapas liberados, joguinhos apresentados para criar intrigas logo no primeiro dia de casa e toda aquela baboseira da qual já não aguentamos mais ver durante esses longos onze anos! Minha vida se iluminara quando eu soube que o décimo seria o último, mas a Rede Globo jamais tiraria do ar uma coisa que fez tanto sucesso.
Acéfalos a parte, aqueles que veem de camarote a novela da vida alheia, sugerindo soluções, discutindo relações, bem certo que esquecem de sua parte no mundo para discutir a de outros, que estão engaiolados na tela da televisão, postos em julgamento todas as noites. E ainda, Pedro Bial tem a coragem e dizer de boca cheia que eles são "heróis", neste ponto tenho de concordar com Luís Fernando Veríssimo: Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia. Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns). Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada há um ano atrás pela própria Rede Globo.
Não há mais o que discutir! Cultura, educação, informação, conhecimento, estímulos, criatividade, realmente estão bem do lado de fora da casa, ou, como diria o próprio apresentador, a cultura de massa colocou o que realmente presta no paredão, e ele foi eliminado de nosso horário nobre!
Fecha a conta e passa a régua que eu vou me drogar!
domingo, 2 de janeiro de 2011
Correntes Mortais #2
Bom, pra começar o ano bem, vamos à analise de mais uma dessas correntes mortais que insistem em aparecer quando você está vendo algo na internet, ou enquanto lê seus e-mail ou até mesmo quando vai baixar muúsicas!!! O que é o cúmulo.
Esta aqui estava, acredite, numa música da Xuxa no 4Shared, eu estava baixando a música por conta do show novo do Parque, eis que me deparo com esta mensagem!
"A escrita maligna: Se leu, este comentário, comece a rezar. Meu nome é Scarlet, tenho 25 anos, sou séria, agressiva, e vingativa. Morri, há 4 anos atrás, vitíma de uma vingança, feita pelo meu marido. Peço que mande essa mensagem, para 5 músicas, caso não faça, nos próximos dias irei lhe fazer uma visita e mostrar toda minha fúria vingativa e maligna, numa noite tranquila, você verá minha assombração, e morrerá. Isso, não é brincadeira"
Vamos à análise!
Primeiro ela manda o título da ameaça: A Escrita Maligna, que sim, daria um bom nome de filme de terror, mas não muito original! Mas a melhor parte, de todas, é quando ela te aconselha a começar a rezar ao ler o comentário. Como se não bastasse tudo que está fazendo, ainda será obrigado a receber ameaças na música da Xuxa e começar a rezar por isso, pois, esta moça está morta há quatro anos porque foi vítima de uma vingança!
Sempre me pergunto porque essas mortas só insistem em mandar esses tipos de mensagens com mais de quatro anos de óbito!
Em seguida, se apresenta séria, agressiva, e vingativa, como se estivesse num site de relacionamento from Hell! Anyway, agora PARE! Ela foi vítima de uma VINGANÇA feita pelo marido. Gata, assinale uma das alternativas.
Você foi vítima de vingança porque:
1) Você o traiu e ele a pegou
2) Você tentou matá-lo, mas ele foi mais rápido
3) Você o trocou por outro
4) Você ganhou na Mega Sena e tentou fugir com o dinheiro
5) Você matou alguém da família dele
Nã quero respostas, moça da Escrita Maligna, pois você está me PEDINDO para mandar essa mensagem para 5 músicas, caso contrário, nos próximos dias irá me fazer uma visita e mostrar toda sua fúria vingativa e maligna!
Caaaaaalma, dona, cuida do coração viu!
Parece que o inferno é uma Lan House mesmo, e quem tiver mais mensagens divulgadas por aí ganha a popularidade, com se fosse um Twitter, né!
E porque nos próximos dias? Aparentemente, sua agenda anda lotada de tanta gente que está matando por aí com sua fúria vingativa e maligna! Porém, ela só pode aparecer numa noite tranquila, noite essa em que verei sua ASSOMBRAÇÃO e morrerei! Tipo um basilisco? Ela acaba sugerindo que morrerei de susto, ou estou errado?
E, por fim, encerra sua ameaça com um Isto não é brincadeira!
Os espíritos insistem em aparecer de noite né? Qual é o problema em aparecer de manhã, ou de tarde, na hora que eu esiver cochilando sob a Sessão da Tarde? O que eles querem mesmo é nos assustar, mas você, dona da Escrita Maligna, não conseguiu dessa vez.
Se quiser conseguir que sua mensagem se popularize, peça diretamente a blogs, como o meu, para divulgá-la, mas ridicularizando, claro, caso contrário não seria eu!
Fecha a conta e passa a régua que eu vou encher a cara!