quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sobre Pretty Odd - Panic! At The Disco



Faz tempo que estava a fim de escrever algo sobre o cd “Pretty Odd” do Panic At the Disco.
Panic At the Disco é uma banda de Las Vegas nada convencional (no começo parecia ser o contrário, mas quem conhece pelo menos três singles deles, sabe que eles são diferentes meeeesmo), que começou numa péssima época, com um péssimo visual e péssima escolha para single de estréia. Tudo parecia estar mancomundado com essa maldita mania emo: seus cabelos, seu I Write Sins No Tragedies, e suas roupas. O visual circense e a voz sexy do vocalista Brendon Urie foi o que chamou a atenção pra eles. O disco A Fever You Can’t Sweet Out é uma odisséia maluca com faixas alegres e dançantes com uma só balada: Lying Is the Most Fun a Girl Can Have Without Taking Her Clothes Off, de resto, é ligar e dançar.
Outro diferencial do Panic: quase todas as suas músicas tem títulos gigantescos e têm frases que são cantadas tão rápidas que para cantar igual tem que ensaiar um pouco com o encarte sem fotos e com montagens aterrorizantes. Primero cd absurdamente inspirado nos trabalhos de Chuck Palahniuk.

Pretty Odd. Uma palavra pode descrever esse disco: delicioso. O cd já começa com We’re So Starving, que eles dizem sentir muito por terem sumido por tanto tempo, mas se desculpam dizendo que estavam ocupados escrevendo músicas para o público. Um minuto depois é lançado o single Nine In The Afternoon, continuando o clima de boas vindas, onde eles dizem que estão de volta de onde começaram se sentindo tão bem por isso, a descrição do lugar e dos sentimentos e a frase “seus olhos são do tamanho da lua” compõem essa deliciosa canção de corneta.
E então a maluquice começa com She’s a Handsome Woman, com repetições de “go on”, parecendo mais uma injeção de auto estima nele próprios. A faixa é excelente no geral, e aqui fica claro que o estilo desse álbum é completamente diferente do anterior.
Do You Know What I’m Seeing é uma faixa completamente apaixonante. Aqui Brendon fala sobre as nuvens e o que você vê, também é cheio de questões, parece mais uma criança indagadora cantando, mas o que é afinal, talvez jamais chegaremos a saber. Ao meu ver, o Panic é a única banda capaz de fazer uma ótima música dizendo apenas que ele não dá a mínima para o tempo, mas que o tempo também não dá a mínima pra ele. Destaque para a gaita que acompanha o refrão.
E então temos o segundo single That Green Gentleman (Things Have Change For Me), ele, em nome da banda, parece dizer que mudou mesmo a ponto de não se conhecer, ele parece falar de música e dos imaturos que as escrevem. Não é a melhor letra do disco, mas é uma boa faixa para se escutar assim que se acorda.
E então vem a divertida I Have Friends In Holy Spaces, um fox-trot dos anos 40 tocado num rádio antigo, cuja letra se encaixa tão bem na execução da canção.
Northern Downpour é minha música preferida. Fala de amor, mas preserva suas frases psicodélicas como “Ei, Lua, por favor, não venha abaixo”. Aqui ele faz referência a Dorothy, com seu bater de calcanhares, à bebida em “sugarcane, in the easy morning”, e à tristeza da saudade. Mas talvez o que tenha me feito me apaixonar mesmo por essa canção fora a voz pacífica de Ryan Ross na mesmíssima frase e o final mesclando o refrão com “Hei, moon...”
When The Day Meet the Night é o título mais coerente do Panic At The Disco. Narra a história de um eclipse romântico entre o sol e a lua com direito a frases, descrições de ambientes e os sentimentos de ambos.
Me parece que Pas de Cheval narra uma separação, em que ela deu o pé nele e se dá melhor encontrando um vinho menos patético. O que nos mata é a frase “imagine me conhecendo”, o que dá a entender que o amor dele era platônico... ou não.
A primeira frase parece meio patética em The Piano Knows Something I Don’t Know. Ela é estranha, mas é gostosa e, como em uma opinião que eu ouvi, realmente é uma música típica de Pretty Odd. Se quiser saber como o cd se parece, pode basear-se nessa música.
Música mais gostosa de ouvir é Behind The Sea, uma canção que seria o orgulho dos Beatles e dos artistas da perna de pau. Sua letra é típica da banda, não faz o menor sentido, ao que parece pelo menos.
She Had The World foi a primeira música que eu gostei desse álbum. É de-li-ci-o-sa e a letra é maravilhosa, mas é fácil demais para ser composição de Ryan Ross nessa banda. Enfim, sem palavras para essa faixa sensacional que faz mais sentido que a anterior.
From A Mountain In The Middle Of The Cabins é a faixa mais dispensável do cd, parece a faixa irmã de There's a Good Reason These Tables Are Numbered Honey, You Just Haven’t Thought Of If Yet do A Fever You Can’t…, pois parece não combinar com o resto disco, mas é a chamada perfeita para o fim.
E então vem Mad as Rabbit que, assim como Build God, Then We'll Talk, parece ser uma prévia do que será o próximo álbum, embora saibamos que não será igual ao que passou, isso se for, pois há dois integrantes a menos atualmente no Panic! At The Disco (agora com “!” de novo). Ryan Ross deixou a banda por desentendimentos musicais juntamente com o baixista Jon Walker, o que me faz temer que o som do Panic! não seja mais o mesmo... bom, se não: foi ótimo enquanto durou! Parabéns aos meninos pelo excelente álbum.
Recomendado!

Um comentário:

  1. MUITO BOA SUA ANÁLISE, UMA PENA MESMO ELES TEREM SE SEPARADO, EU POSSO DIZER QUE NAO GOSTEI DO NOVO ALBUM, ELE TENTA VOLTAR PRAS BALADINHAS DO PRIMEIRO CD, MAS NAO TEM COMO SEM O RYAN E JON :/

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