Marília acordou depois de estar drogada de inércia. Levantou-se bamba do piso frio e sentiu um afogamento cerebral lhe mover pra frente. Estava caída.
Algum elástico de infelicidade, lhe fez buscar a si própria pelo mundo, a fim de se reconhecer e se estimar. Apanhou o vestido verde, a sandália cinza e os óculos escuros, depois andou... apenas andou.
Parecia atraída pelos espelhos pelas ruas, para esconder a ferida, aturdida se olhava, até se admirava, concluindo um pensamento, era um inflador de sua moral refletida no visual. Se se visse gostaria, e era essa sua necessidade.
Os espelhos estavam cada vez mais próximos e sua cabeça, antenada, apontava o seu olhar, olhando pra fora, pra dentro melhorar. Então, acabou sua jornada numa avenida movimentada, com a lua ensolarada. Não havia portas espelhadas, carros estacionados ou vitrines embaçadas, o que havia era o instrumento de sua agonia passando em alta velocidade.
Precisava se olhar e não podia se ajeitar, estava presa em seu existir. Marília estava presa em si. Sem se olhar, sem olhar, só conseguia lamentar... se entristecer...
Marília...
Então...
Matou.
terça-feira, 5 de junho de 2012
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