segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Será que não estamos sendo afogados?

Eita, ta todo mundo acreditando que a proibição das sacolas plásticas no mercado, e um valor para elas, só serve para desestimular o uso e, dessa forma, colaborar com o meio-ambiente... Hello! Vivemos no mundo capitalista, meu nego, da pra tirar uma grana até dessa história de sustentabilidade, que ta super na moda!

A única moda deveria ser o reaproveitamento da reciclagem vista como arte. Segue nesse trajeto a produção pela produção, mas pelo menos (se é que existe isso) ninguém está sendo enganado, a menos que se descubra que o que se diz "reciclado" seja pirateado também!

Mas o que se pode fazer, enquanto vimos todo o nosso meio ser feito de idiota?
Me drogo da ideia de que o conhecimento é a revolução mais poderosa hoje em dia, mas isso enquanto a maioria não tiver conhecimento. Nossa missão nesse mundo é transmitir conhecimento, é plantar essa semente e torná-la sustentável!

Não se esqueça e não se iluda, a realidade é diferente:


Fecha a conta e passa a régua que eu vou encher a cara.

Hora da Brisa: Doença Burguesa



'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da
'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas
enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado
sob esse critério, vira mera sombra social.

Plínio Delphino, Diário de São Paulo.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou
oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali,
constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres
invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu
comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma
percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão
social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de
R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição
de sua vida:

'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode
significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o
pesquisador.


O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não
como um ser humano. Professores que me abraçavam nos corredores da USP
passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes,
esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me
ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão
,
diz.

No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma
garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha
caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra
classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns
se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo
pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e
serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num
grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei
o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e
claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de
refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem
barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada,
parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:
E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca? E eu bebi.
Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar
comigo, a contar piada, brincar.

O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí
eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo
andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na
biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei
em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse
trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O
meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da
cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar,
não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.


E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a
situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se
aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar
por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse
passando por um poste, uma árvore, um orelhão.


E quando você volta para casa, para seu mundo real?
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está
inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais.
Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa.

Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa
deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.
Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe.



Quando você se depara curado dessa doença, se sente humano de verdade!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Etílico

Marília estava ofegando. Deu por si em um imenso canavial sem visível fim. Estava frio, estava escuro, uma brisa sacana arrepiava os pelos de sua nuca e enregelava suas costelas.
Não parecia haver luz de esperança em raio de fim do túnel nenhum. Caminhava descalça, apavorada, pisando em coisas que dilacerava a pele de seus pés. O trapo que vestia se desfazia à medida que avançava pelo mato alto. Indiscutível e até impreterivelmente, um farfalhar acima de seu próprio horrorizou sua cabeça. Petrificada, Marília virou seu crânio para a esquerda, a respiração mais desandada que escada rolante. Prosseguiu andando, resolvendo-se, tentando não pisar forte e ao mesmo tempo não andar devagar. As canas agigantavam-se passo a passo, seu medo também. O farfalhar então se espalhou como uma onda sonora representada.
Sem aguentar mais, Marília correu, deixou pra trás alguns pedaços de seu corpo e gotas de seu sangue, apresentou-se à escuridão sem hesitação e caiu, sem lua pra assistir.
O chão heterogêneo se enterrou em seu rosto, queria abrir o canavial como porta e encontrar um céu azul iluminado, mas tudo girava independente dos olhos. Ali mesmo, Marília adormeceu.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Que porra de ser humano é esse?

Nuti sabia que só o que podia fazer

era transmitir essa sensação de paz

e felicidade, que moviam sua vontade

de viver, tais como a gana por chegar

aonde quer. A ambição não é um mal,

é um motor, e não tê-la é tão unicamente

temível quanto tê-la. A frustração é o

pior dos monstros pessoais e a ignorância

é o poço que escalo diariamente.Tenho

fome e sede de realização e comunicação.

Minha patologia é a imaturidade e a

inclinação à perda de tempo aguda, aliada

à porra-louquice e à vontade de vadiar.

Que porra de ser humano é esse, belo em

complexidade, perturbado em pensamentos

(dependendo de sua vibe momentânea) e

sedento de sucesso? Eis a resposta:

É a porra de um ser humano!


Que a força interior seja unânime!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.

O mundo gira... O mundo corre... e ele é muito rápido.
Você tem um objetivo? Você tem sete objetivos? Ok... você quer alcançá-los de verdade?
Desista deles!
Você não quer alcançar nada de verdade, ou então faria de tudo para chegar lá. Estamos todos perdendo muito tempo, estamos todos preocupados com besteiras que não valem a pena.
Enchemos os outros com discursos politicamente corretos e forçadamente incorretos. Quero um mundo melhor, mas e aí? Minha frase nada vai fazer pra ajudá-lo. Quero o melhor pras pessoas, e meu querer de nada vai adiantar.
Todos os grandes nomes desse mundo, os nossos inspiradores, nos deixaram um legado tão importante quanto suas realizações: o exemplo de dedicação que tiveram e que ainda tem. Todos eles fizeram mais do que achavam que podiam, em prol do resultado de suas ações. E não fizeram atrapalhadamente.

Dedicação é muito mais do que um substantivo feminino de quatro sílabas, dedicação de verdade é aquilo que nos envolve cem por cento e nos tira de qualquer perda de tempo para que algo se realize finalmente.
Aonde vamos chegar sentados como inválidos em qualquer lugar? Bebendo como cachorros sedentos e se drogando e rindo como otários, sem perspectiva de nada? Você mora no Planeta Terra? ENTÃO VIVA NELE!
Não dá mais pra ficar perdendo tempo com assuntos e lugares vazios, é preciso que isso tudo fique num lugar reservado para o de vez em quando.

Porém, certifique-se de que é isso mesmo que você quer, se tem coerência com a realidade, senão todo o esforço será mais uma perda de tempo. Não corra destrambelhadamente, afinal, temos o espírito de um ser humano e não de uma bactéria.
Nós não temos mais pelo que esperar, ou ficamos pra trás ou nos tornamos a estrela de nosso empenho. É tempo de dizer o que pensamos, fazer o que temos vontade, pois sabemos quem somos.

Se precisa de um conselho: gaste tudo o que tem de energia em algo que vá beneficiar a si e ao mundo ao seu redor. Egoísmo gera solidão e solidão gera egoísmo, e nesse oroboro quem morre é que mata.

O tempo é agora, todos temos de decidir, afinal é a sua vida e o seu mundo.
E estamos perdendo tempo.
Tic-Tac. Tic-Tac. Tic-Tac.


[Madonna/ Kanye West/ Pharrel Williams - Beat Goes On]

sábado, 14 de janeiro de 2012

Deuses do Ego Divino!

Um dia desses eu caminhava pela Augusta, com uma amiga minha, atrás de um nariz de palhaço e me deparei com um cara que se dizia monge e vendia um livro intitulado Baghavad Gita - A Ciência Suprema.
Ele colocou seus olhos verdes hipnotizantes em nós e disse que aquele era o livro mais importante do mundo, que o Schopenhauer tinha, o Goethe tinha, fora o inspirador de Mahatma Gandhi e FRÁ!, jogou o Chico Buarque na nossa cara, disse que aquele era seu livro de cabeceira. Além do mais, o dinheiro seria doado para uma instituição X.
Não tinha como não acreditar num homem de vestido laranja no meio de São Paulo às três da tarde! Levei o livro sagrado indiano, tava bem precisando de uma ajuda espiritual mesmo e, segundo ele, se um ladrão o lesse transformaria-se num Robin Hood. Eu não queria ser Robin Hood, mas seria legal conhecer a teoria que o levaria a isso!

Resisti ao livro por umas três semanas. Coloquei-o na mochila, mas nunca lia. Um dias, às 4:20 eu até tentei, mas, só pelo prefácio, percebi que era coisa pra se ler sóbrio e com importância.

Então, após mais uma semana, eu li o bendito (literalmente), mas em cinco páginas eu não consegui me convencer. Que eu sou agnóstico, todo mundo sabe, mas eu fiz o possível pra ler o Baghavad com olhos clínicos, de estudioso, sem preconceitos... só que não rolou! Eis o porquê:
Toda religião tem um deus, o mesmo, by the way! Só que cada uma tem suas regras específicas: não cortar cabelo, não adorar imagem, não comer a hóstia, comer a hóstia, não roubar, não cobiçar a mulher do próximo, apedrejar a mulher adúltera, não matar, não usar preto, não trabalhar no domingo... o importante mesmo é o menos falado!

NOTA: Todos que eu conheço tem vontade de matar os Testemunhas de Geová que aparecem domingo de manhã na porta de casa, só que, ao parecer católico, são os únicos que "saem ao mundo pra levar a palavra".

Enfim, contradições à parte, todos os deuses de todas as religiões, ou simples crença pessoal, nos manda amá-lo e respeitá-lo porque "Ele" nos criou.

QUESTION!

Para que exatamente ele nos criou? Para adorá-lo? Não faz o menor sentido! Eu seria um ser muito egocêntrico se criasse outros seres e outros tudos, para enchê-los de regras e pecados e provações e sofrimentos e coincidências e ironias e pensamentos diferentes, apenas para eles crescerem espiritualmente e me amarem sobre todas as coisas, afinal, Eu os criei!
Se não existe um deus, logo somos organismos que, assim como as bactérias e os animais, surgiram do nada. É do nada! Depois do meteoro que matou os dinossauros, partículas e moléculas disseram sim umas às outras (de novo) e assim nasceu a nossa vida!

Esse é o motivo de eu não acreditar num deus ou num livro que nos enche de regras que vão contra o ser humano puro e liberto. Ainda nos querem louvando e adorando.. ah, por favor!

Pooooor outro lado, acredito nesse deus (inventado ou não) que transforma pessoas, da esperança a elas, as faz melhores e com boas sensações. Esse deus, pra mim, são elas mesmas, e se ele existe para fazê-las sentir-se bem, que exista então!

No todo, acho que as pessoas só precisam de um deus porque necessitam acreditar que há alguém cuidando delas. É muito atrasado viver num mundo onde ciência e religião existem ao mesmo tempo... mas tudo bem! Vivemos num mundo que toca "a porra da boceta é minha" numa época posterior àquela em que Chico foi censurado!

+ 1 NOTA: Não me esquecerei do monge, que trocou as alpercatas por Crocs marrons!


Fecha a conta e passa a régua que eu vou encher a cara.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

EU SOU LOUCO!

Eu morro quando sai pelas cucuias o errado místico de mim, sofro de verdade pela identidade não encontrada. Quero falar do mundo e amado ser por sincero ser. Chega de mim mesmo! Chega de apego! Os outros são mais importantes. Os outros são chocantes!

Matéria primeira de meu jornal: Nasce a verdade sem censura. O Inafiançável está erguido, pode ser perseguido e mesma que seja traído, continuará a exalar os objetivos originais. "São marginais os heróis, burgueses os irreais e ricos os ideias". Caio em euforia ao ouvir!
Quem se importa se você é louco ou é normal? Eles querem ouvir o seu sinal, sem retoques, sem truques, só a verdade colossal, simples e radioativa! Viva!

Como o cru tem mais sentido! Somos todos otários, e eu o principal, por notar e saber que notei! Expresso minha dor por ser universal, e não especial, com sabedoria, menos boçal.
EU SOU LOUCO!
Grito às paredes, sem me mover, sem perturbar. "Louco sou eu por achar que é louco dizer sobre devaneios e ainda por ter consciência disso!"

Sou um farelo de açúcar esperançoso. E montanha morrerei...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Hora da Brisa: Expressão de Liberdade!

(É 4:20 agora):
Fazer brigadeiro, em casa, com os amigos ou sozinho, é uma monstruosa expressão de liberdade!!!



O brigadeiro é um sabor muito forte da infância e que, como todos os outros e com diferentes intensidades, ficou guardado no cérebro.



As pessoas fazem entre elas, quando mais velhas, porque podem de fato! Não dependem da mãe ou de convite de festinhas, podem comer a hora que quiserem, sem precisar ser educado na frente dos outros, sem pudor, sem nem granulado, direto da panela!


Hhuasuhasuhasushsa...


[Gal Costa - Com Medo, Com Pedro]