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segunda-feira, 29 de agosto de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
Mão Grande
O Que: Quase assalto
Onde: Em São Caetano do Sul
Quando: Ontem
Quem: Eu, o quase assaltante e dois prováveis cúmplices, três viaturas com sete policiais, uma mulher gostosa e uma piadinha.
Dificilmente eu vou mercado da minha cidade, ainda mais aquele mais próximo da minha casa, recém-inaugurado, jardim na entrada, parede espelhada, passarelas rolantes, lojas no térreo... enfim. Era oito e meia da noite, eu estava sentado em cima da mureta do jardim, entre o portão e as portas de vidro de entrada do mercado. Esperava duas amigas (atrasadas) e, comumente, comecei a brincar com um joguinho incrível no meu celular novo. Não deu dez minutos quando um cidadão, desprovido de sublimidade, pulou em cima de mim gritando pra eu entregar meu celular pra ele. Instintivamente, tirei o celular de seu alcance, me esquivei de suas mãos que tentaram agarrar meu cabelo e entrei no mercado.
- Eu ainda vou te roubar! - bradou o infeliz, frustrado, puto da vida, indo-se embora. Encarei ele com todo o carão que consegui reunir e ele se foi. Percebi uma movimentação estranha ao meu lado e avistei uma garota lamentando algo, meio desesperada, com um outro cara, que passou por mim, também me olhando feio, muito feio, feio até demais.
Me posicionei ao lado de uma das lojas do térreo e, com meu celular seguro na mão, liguei para a polícia. Enquanto explicava a atendente o que ocorrera, observei o casal entrar no banheiro, subir ao mercado, descer sem nada e, quando estavam indo embora, três viaturas chegaram.
Expliquei o que havia acontecido, informei as características, eles deram uma volta pra procurar e no fim, acabei pedindo pra me deixarem em casa.
No meio do caminho, um dos policiais olhou pra uma mulher que passava na calçada e comentou conosco, enquanto o que estava dirigindo mexia no GPS:
- Nossa, que bunda grande... que mulher gostosa - ele se virou pra mim. - Gosta de mulher?
- Não - respondi sem crise e nós três rimos.
No todo eles foram muito simpáticos. Comentaram sobre a forma dos assaltos, enquanto uma senhora chegou de carro em sua casa e foi abrir o portão enquanto deixava o carro aberto, apontando-a como exemplo vulnerável. Disse a ele que a gente nunca tem o que fazer pra se proteger. O policial considerou a probabilidade de aquele cara que quase me assaltou não ser da cidade, mas das regiões vizinhas. Achei pouco provável e quis comentar sobre a falsa sensação de segurança que a mídia mostra de São Caetano do Sul, mas preferi não gastar o meu latim. Quando desci na calçada da minha casa ele me perguntou se eu teria coragem de reconhecer o cara se eles o encontrassem. Respondi que sim. Minha amiga passou por mim e no fim fomos pra casa e pedimos uma pizza mesmo...
Refletindo, depois que contei para os meus amigos que chegaram, percebi que saltei e corri sem nem lembrar da dor excruciante que consumia minhas costas, mas senti-a latejando quando sentei no meu sofá, já longe de assaltantes e policiais. Não fiquei com medo, não fiquei assustado, primeiro eu fiquei confuso achando que se tratava de alguma brincadeira, fiz toda a minha ação sem nem acreditar que aquilo estava acontecendo naquela hora e naquele lugar e por fim acabei com meu sistema nervoso piscando seu alerta vermelho. Quando entrei no mercado e o cidadão me encarou, eu senti que, se ele viesse pra cima, a gente ia se atracar! Afinal, como dissera um dos policiais das três viaturas que chegaram, a tentativa de assalto foi à mão grande, e eu não ia permitir que me roubassem um dos frutos do meu trabalho suado (beeeeem suado!). Não pude fazer nada quanto aos outros que eu desconfiava ser cúmplices, afinal, a polícia não trabalha com suposições, por outro lado, a menina que estava junto com eles mora a uma quadra da minha casa e eu não consegui deixar de pensar em ameaçá-la, se alguma coisa acontecesse comigo, a polícia a procuraria primeiro, mas por fim, me contentei em comer minha pizza reunido com meus amigos em segurança e com meu celular na mão.
Fecha a conta e passa a régua que eu vou tomar cuidado!
Onde: Em São Caetano do Sul
Quando: Ontem
Quem: Eu, o quase assaltante e dois prováveis cúmplices, três viaturas com sete policiais, uma mulher gostosa e uma piadinha.
Dificilmente eu vou mercado da minha cidade, ainda mais aquele mais próximo da minha casa, recém-inaugurado, jardim na entrada, parede espelhada, passarelas rolantes, lojas no térreo... enfim. Era oito e meia da noite, eu estava sentado em cima da mureta do jardim, entre o portão e as portas de vidro de entrada do mercado. Esperava duas amigas (atrasadas) e, comumente, comecei a brincar com um joguinho incrível no meu celular novo. Não deu dez minutos quando um cidadão, desprovido de sublimidade, pulou em cima de mim gritando pra eu entregar meu celular pra ele. Instintivamente, tirei o celular de seu alcance, me esquivei de suas mãos que tentaram agarrar meu cabelo e entrei no mercado.
- Eu ainda vou te roubar! - bradou o infeliz, frustrado, puto da vida, indo-se embora. Encarei ele com todo o carão que consegui reunir e ele se foi. Percebi uma movimentação estranha ao meu lado e avistei uma garota lamentando algo, meio desesperada, com um outro cara, que passou por mim, também me olhando feio, muito feio, feio até demais.
Me posicionei ao lado de uma das lojas do térreo e, com meu celular seguro na mão, liguei para a polícia. Enquanto explicava a atendente o que ocorrera, observei o casal entrar no banheiro, subir ao mercado, descer sem nada e, quando estavam indo embora, três viaturas chegaram.
Expliquei o que havia acontecido, informei as características, eles deram uma volta pra procurar e no fim, acabei pedindo pra me deixarem em casa.
No meio do caminho, um dos policiais olhou pra uma mulher que passava na calçada e comentou conosco, enquanto o que estava dirigindo mexia no GPS:
- Nossa, que bunda grande... que mulher gostosa - ele se virou pra mim. - Gosta de mulher?
- Não - respondi sem crise e nós três rimos.
No todo eles foram muito simpáticos. Comentaram sobre a forma dos assaltos, enquanto uma senhora chegou de carro em sua casa e foi abrir o portão enquanto deixava o carro aberto, apontando-a como exemplo vulnerável. Disse a ele que a gente nunca tem o que fazer pra se proteger. O policial considerou a probabilidade de aquele cara que quase me assaltou não ser da cidade, mas das regiões vizinhas. Achei pouco provável e quis comentar sobre a falsa sensação de segurança que a mídia mostra de São Caetano do Sul, mas preferi não gastar o meu latim. Quando desci na calçada da minha casa ele me perguntou se eu teria coragem de reconhecer o cara se eles o encontrassem. Respondi que sim. Minha amiga passou por mim e no fim fomos pra casa e pedimos uma pizza mesmo...
Refletindo, depois que contei para os meus amigos que chegaram, percebi que saltei e corri sem nem lembrar da dor excruciante que consumia minhas costas, mas senti-a latejando quando sentei no meu sofá, já longe de assaltantes e policiais. Não fiquei com medo, não fiquei assustado, primeiro eu fiquei confuso achando que se tratava de alguma brincadeira, fiz toda a minha ação sem nem acreditar que aquilo estava acontecendo naquela hora e naquele lugar e por fim acabei com meu sistema nervoso piscando seu alerta vermelho. Quando entrei no mercado e o cidadão me encarou, eu senti que, se ele viesse pra cima, a gente ia se atracar! Afinal, como dissera um dos policiais das três viaturas que chegaram, a tentativa de assalto foi à mão grande, e eu não ia permitir que me roubassem um dos frutos do meu trabalho suado (beeeeem suado!). Não pude fazer nada quanto aos outros que eu desconfiava ser cúmplices, afinal, a polícia não trabalha com suposições, por outro lado, a menina que estava junto com eles mora a uma quadra da minha casa e eu não consegui deixar de pensar em ameaçá-la, se alguma coisa acontecesse comigo, a polícia a procuraria primeiro, mas por fim, me contentei em comer minha pizza reunido com meus amigos em segurança e com meu celular na mão.
Fecha a conta e passa a régua que eu vou tomar cuidado!
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Mais uma do capitalismo
Ontem entrou uma mulher no trem, como uma criança no colo, pedindo dinheiro pra comprar alimentos pras suas outras duas crianças, todos moradores de um barraco, sem gás há três dias. Nesta hora me bate a dúvida, dou ou não? Confio ou não? Esse papo de você dar, não importando o que ela vá fazer depois, não cola... ou cola?
Mas e aí? Você dá ou não? E por que?
Tendo recebido o meu pagamento no dia anterior e com todas as minhas idéias revolucionando meu modo de pensar, não pude deixar de reparar e odiar o modo como os bastardos do capitalismo se aproximam de nós, como desgraçados da vida, mendigando a necessidade básica do homem. Minha mãe sempre me ensinou a agradecer pela nossa vida ao vermos gente assim... NÃO! Isso é muito egoísta!
Meu pensamento antigo em relação a isso era o de não dar, pois quem tem braço e perna, pode trabalhar, por outro lado eu não conheço a vida e a rotina dessas pessoas, eu não sei nem quem eu sou direito, ainda mais tentar adivinhá-las...
Mas e aí? Você dá ou não? E por que?
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